A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou, nesta quinta-feira (4/4), o relatório Violação à Liberdade de Expressão, em que aponta que, no último ano, foram registrados 111 casos de violência não letal envolvendo pelo menos 163 jornalistas no último ano, o que representa uma redução de 19% dos casos e de 23,11% na quantidade se vítimas, em relação a 2022.
O relatório reúne também destacou o assassinato de Thiago Rodrigues, morto com nove tiros em uma festa de confraternização com os amigos em Vicente de Carvalho (SP), após receber ameaças pelas denúncias de irregularidades na gestão pública do município que publicava em um blog. A Abert destacou que, apesar do crime, execuções deste tipo não são comuns no Brasil.
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Mesmo assim, foi apurado que, segundo os dados, pode-se estimar que a cada três dias a imprensa sofreu algum ataque em 2023. Agressões físicas lideram o ranking de violações, com ao menos 45 casos, 40% do total levantado.
O diagnóstico também destacou as agressões sofridas pelos profissionais da imprensa na cobertura dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O relatório avalia uma queda nos ataques virtuais à imprensa, mas ainda assim o cenário é preocupante. De acordo com uma pesquisa da empresa de análise de dados BITES, houve uma diminuição nos ataques diários pelas redes sociais. Porém, em 2023, foram 2,9 mil ataques por dia, o que equivale a dois por minuto.
A entidade indica que o Brasil ocupa a 92° posição num ranking de 180 países dos Repórteres Sem Fronteiras que avalia liberdade de imprensa.
O presidente da entidade, Flávio Lara Resende, avalia ser importante a regulamentação das redes sociais no país.
“O poder de corrosão da democracia, com efeitos tóxicos da desinformação e discursos de ódio espalhados nas redes sociais, deve ser combatido com a regulamentação e responsabilização das plataformas digitais, em defesa do aprimoramento da nossa sociedade, da liberdade de expressão e do Estado Democrático de Direito”, observa Lara Resende.
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