Governo

Agora filiada ao PT, Anielle será preparada por Lula para 2026

Nome da ministra da Igualdade Racial vinha sendo cogitado para que assumisse o posto de vice de Eduardo Paes, na chapa à reeleição à prefeitura do Rio de Janeiro

Na filiação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ontem, ao PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que será preparada para concorrer a uma cadeira no Congresso, em 2026. Isso põe um ponto final nas especulações de que ela ocuparia a condição de vice na chapa de Eduardo Paes (PSD) à prefeitura do Rio de Janeiro.

"A Anielle pode construir uma perspectiva política muito importante no estado do Rio. Tenho certeza de que ela não tem nenhuma pretensão de disputar cargo em 2024. Quer ser ministra até o último momento. Mas, quando chegar perto do fim do governo, pode dar um mexerico nela de querer ser candidata. Então, é melhor começar a se preparar", afirmou Lula.

As especulações sobre uma dobradinha Paes-Anielle cresceram depois que, em 24 de março, a Polícia Federal (PF) prendeu três acusados — os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, respectivamente conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e deputado federal, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa — de mandar matar a irmã dela, a vereadora Marielle Franco. Anielle tornara-se um ativo forte para a disputa à prefeitura carioca e tinha como madrinha a primeira-dama Janja.

No PSD de Paes, a pressão para pôr a ministra como vice vinha causando desconforto. Mas isso não afasta a hipótese de o PT ficar com a vaga, embora o partido do prefeito pretenda formar uma chapa puro-sangue.

Ao assinar a ficha de filiação, Anielle afirmou que sua "trajetória política começa e se forja na favela da Maré. Começa quando, ainda muito nova, minha mãe e minha irmã protegiam meu corpo, com medo de que fôssemos atingidas por uma bala perdida. Começa na universidade, como cotista. Minha luta começa no dia que nasci".

Do evento de filiação de Anielle, além de Lula e Janja participaram, entre outros, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

Páginas policiais

Horas antes, na cerimônia do início de obras de dragagem do Porto de Niterói, Lula lamentou que o Rio apareça nos jornais por causa da violência. E garantiu que seu governo está empenhado em diminuir a força do crime organizado no estado.

"É importante que apareça com a cultura, com emprego, com a indústria naval, com o petróleo, com a indústria pesqueira e com muita gente vivendo às custas do seu trabalho", afirmou, aproveitando para criticar o antecessor Jair Bolsonaro, na frente do governador Cláudio Castro — apoiador do ex-presidente. Segundo Lula, a "falta de vergonha e a irresponsabilidade tomaram conta do país".

Mais cedo, o presidente inaugurou o Impa Tech, primeiro curso de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). No evento estiveram, também, Janja, Paes e Anielle.

 

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