O ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu voltou ao Congresso, ontem, 19 anos depois de ter o mandato cassado no escândalo do mensalão. O retorno foi por causa de um ato que remete a 2 de abril de 1964, quando o senador Auro de Moura Andrade, então presidente do Congresso, declarou vago o cargo a Presidência da República, embora o presidente João Goulart ainda estivesse no país.
Dirceu aproveitou o evento para chamar a atenção a respeito do avanço da extrema direita em todos os continentes. "Nosso povo resiste, luta, e, se temos democracia, é por isso. Porque, como a extrema direita e o conservadorismo cresceram no mundo todo, inclusive na América do Sul, é preciso recolocar que a luta é que faz a lei, a luta política, a luta social. Esse é o nosso papel. Por isso que relembramos 1964", exortou.
O ex-ministro foi convidado pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso. Da cerimônia participaram a ex-primeira-dama Maria Thereza Goulart e João Goulart Filho, além de parlamentares.
Nos bastidores, comenta-se que Dirceu pretende candidatar-se, em 2026, a uma cadeira de deputado federal — possivelmente pelo PT.