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No aniversário da Embrapa, Lula puxa as orelhas de Haddad e Fávaro

E exige que os ministros recomponham o orçamento da empresa para manter pesquisas. "Haddad falou bonito, mas não falou de dinheiro; o Fávaro falou, falou, e só puxou o saco dos funcionários", disse o presidente

Fávaro amenizou a dura cobrança feita por Lula e reconheceu que R$ 500 milhões para pesquisa
Fávaro amenizou a dura cobrança feita por Lula e reconheceu que R$ 500 milhões para pesquisa "não são nada" - (crédito: José Cruz/Agência Brasil)

No evento comemorativo dos 51 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou uma saia-justa para os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). Cobrou deles, com duras palavras, que encontrem uma forma de a Embrapa receber mais investimentos.

A empresa dispõe de apenas um terço — algo em torno de R$ 170 milhões — dos R$ 500 milhões necessários para manter o andamento dos mil projetos. "Notei aqui duas coisas: o (Fernando) Haddad (Fazenda) falou bonito, mas não falou de dinheiro; o (Carlos) Fávaro (Agricultura e Pecuária) falou, falou, e só puxou o saco dos funcionários. A única que falou de dinheiro foi a Luciana (Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação)", cobrou Lula, na abertura do evento "Embrapa 50 : a revolução do futuro começa agora".

"Façam uma reunião para a gente discutir quais são as necessidades da Embrapa, para que a gente possa atender", exigiu Lula, dirigindo-se a Haddad e Fávaro.

Lula fez questão de enfatizar que a Embrapa é a "mãe" da tecnologia que colocou o agronegócio brasileiro na liderança mundial do setor. O presidente salientou, ainda, que incluirá mais a empresa em suas viagens internacionais.

"A cada centavo que a gente coloca na Embrapa, retorna para este país milhares de reais, que se transformam em dólares", frisou, citando as pesquisas realizadas pela empresa que levaram ao aumento da fertilidade do Cerrado e o combate às gripes suína e aviária.

Sem mal-estar

Ao comentar a dura cobrança de Lula, Fávaro amenizou a situação. "O que o presidente nos convocou é para apertar aqui ou acolá. Ele vai nos dizer onde é o caminho, para a gente trazer mais um pouco de recurso", explicou o ministro.

Para ele, não dá para resolver o baixo orçamento da Embrapa com "varinha de condão", mas destacou que o governo realizou concursos públicos para a recomposição do quadro de funcionários e, também, a incluiu no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) — de onde receberá R$ 1 bilhão, nos próximos anos, para projetos de infraestrutura.

"Ciência e tecnologia se faz para as pessoas e R$ 500 milhões não são nada, desculpe a sinceridade, diante de tudo aquilo que a Embrapa faz para o Brasil. Acontece que o orçamento público, responsabilidade fiscal, é uma dificuldade a superar", lamentou.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, também preferiu diminuir o impacto das cobranças de Lula. Ela disse reconhecer o que vem sendo feito pelo atual governo para fortalecer a empresa, mas reconheceu que falta dinheiro para a atividade científica — que demanda permanentes investimentos.

"A Embrapa, hoje, precisa de mais recursos. Ela cresceu muito. A empresa tem muitos desafios e projetos. Trabalhamos com sistemas integrados, consorciados, com várias cadeias produtivas", explicou.

Conforme salientou, os mil projetos que a Embrapa mantém em andamento consomem R$ 500 milhões por ano para avançar. Mesmo assim, Silvia destacou que os recursos limitados não paralisaram as pesquisas.

 

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postado em 26/04/2024 03:55
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