O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (23), planos de organizar um encontro de "presidentes democratas" para discutir estratégias de combate ao crescimento da extrema direita no mundo.
Lula, que encerrou quatro anos de governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) e assumiu seu terceiro mandato no ano passado, disse que a reunião aconteceria à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro.
"Estou tentando ver se a gente consegue fazer uma reunião com os chamados presidentes democratas [...] para a gente definir uma estratégia de como vamos a nível internacional enfrentar o crescimento da extrema direita e suas matrizes", disse o presidente em um encontro com jornalistas em Brasília.
Ele afirmou ter discutido essa iniciativa com seus pares da Espanha, Pedro Sánchez, e da França, Emmanuel Macron, mas não deu detalhes sobre os possíveis governantes convidados ou a data da reunião.
Segundo o presidente brasileiro, seu retorno ao poder gerou uma "alegria internacional" em oposição ao crescimento da extrema direita na região e no mundo.
"Se você pegar a América do Sul hoje, percebe que houve um retrocesso pelo crescimento da extrema direita, da xenofobia, do racismo, da perseguição das minorias, a pauta de costumes muitas vezes com assuntos retrógrados", apontou.
"Isso ganhou corpo e por isso o Brasil ganhou destaque, porque no cenário mundial o Brasil é polo de resistência disso tudo", acrescentou Lula, destacando um aumento dos movimentos extremistas também na Europa.
O petista fez uma breve menção à manifestação pró-Bolsonaro no domingo no Rio de Janeiro, na qual o ex-presidente acusou o governo de querer "uma ditadura" e instou a "continuar a luta" para defender a liberdade de expressão, "ameaçada" no Brasil.
"Não me preocupam os atos dos fascistas não", concluiu.
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