O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, comentou nesta quarta-feira (17/4) a tensão entre o governo federal e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), escancarada após uma série de derrotas governistas no Congresso.
Para Alckmin, a relação com o Legislativo está “agitada”, mas ainda há harmonia. Ele também destacou a independência e os diferentes papéis de cada Poder.
“Os Poderes são independentes, mas devem ser harmônicos. O Judiciário tem sua tarefa, sua responsabilidade como guardião da constitucionalidade brasileira e, por consequência, da democracia. O Legislativo tem o papel extremamente importante na definição das leis e na discussão das prioridades do país, e o Executivo é o executor das tarefas em nível federal”, comentou Alckmin durante coletiva de imprensa após o evento "50 anos Relação Brasil-China: Cooperação para um Mundo Sustentável", em Brasília, realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS).
“O governo do presidente Lula é o governo do diálogo. Aliás, quero celebrar o bom trabalho conjunto que foi a reforma tributária”, acrescentou. Alckmin ocupa a Presidência da República durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Colômbia. “Ninguém precisa pensar igual, mas é importante trabalhar juntos”, disse ainda.
Questionado se ainda há harmonia entre Executivo e Legislativo, Alckmim respondeu que sim. “Sempre tem. Ela é agitada, mas tem. É uma agitação positiva, porque é fruto do diálogo, do debate que a gente busca as melhores sugestões”, completou.
“Interferência” do Executivo e ataques
A relação entre Lira e o governo azedou após a votação sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, na semana passada. Lira afirma que houve “interferência” do Executivo e fez ataques públicos ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, a quem chamou de incompetente.
Lira também organizou uma série de retaliações na Câmara nesta semana, como a abertura de diversas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que tratam de temas sensíveis ao governo, e que podem atrasar a tramitação de pautas econômicas.
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