Após o ataque do Irã a Israel, neste sábado (13/4) o Governo brasileiro se manifestou, por meio de nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, e pediu que a todas as partes envolvidas no conflito "exerçam máxima contenção". O Itamaraty também conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.
O Governo brasileiro recomenda que não sejam realizadas viagens não essenciais à região e pede que os brasileiros que estão na região acompanhem as publicações da embaixada. O Itamaraty monitora a situação dos brasileiros na região, especialmente em Israel, Palestina e Líbano.
Ao Correio, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine disse que esperava uma posição mais firma do Brasil diante do "ataque terrorista de Irã". "Eu procurei a palavra condenar, ou condenação, alguma coisa que vá dizer que esse ataque terrorista é uma coisa negativa ou inaceitável.. mas não achei. Acho que a falta dessa palavra (condenação) é uma coisa muito notável, pelo menos do lado israelense porque não tem nenhuma condenação direta, veemente."
O professor de direito e relações internacionais do UniCeub, Danilo Porfirio afirmou que o Brasil tem, por tradição, assumir posições neutras e buscar ser um agente conciliador diante de conflitos. "O brasil tem boas e históricas relações tanto com Israel, quanto com o Irã. Então uma situação de escolha de posições, acaba afetando uma harmonia diplomática entre as partes. A diplomacia brasileira busca se colocar como alternativa, no papel de mediação. Nós sabemos que em função de declarações recíprocas do Brasil e de Israel, as relações estão estremecidas, mas isso não é motivo suficiente para tomar atitude radical. Então o papel do Brasil é advertir quanto a escalada da violência e se propor a sempre ajudar no processo de composição."
Ataque de Irã a Israel
No sábado, o Irã lançou um ataque contra Israel. Cerca de 200 drones foram disparados, em retaliação ao ataque no consulado do Irã na Síria, no dia 1° de abril. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, informou "a vasta maioria" desses artefatos foram interceptados, com apoio de aliados. Em pronunciamento à imprensa, Hagari afirmou que um "pequeno número" deles atingiu o solo e causou danos mínimos. "Estamos operando com força total para nos defendeu", disse ele, que acrescentou que a ofensiva ainda não acabou.
Após o ataque, o Irã afirmou que se considera vingado e alertou que Israel não reaja, sob pena de "resposta mais forte". Israel pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a reunião será realizada na tarde deste domingo em Nova Iorque.
Confira nota do Ministério das Relações Exteriores na íntegra
O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria.
Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.
O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.
O Governo brasileiro recomenda que não sejam realizadas viagens não essenciais à região e que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.
O Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado.
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