O Partido dos Trabalhadores saiu em defesa do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (12/4). O petista foi criticado ontem pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Ao ser questionado sobre a votação que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da veradora Marielle Franco, e sobre um possível enfraquecimento de influência na Casa Baixa, Lira disse que o governo, especialmente o ministro, estavam espalhando mentiras e enfatizou que Padilha é um “incompetente” e um “desafeto pessoal”.
“É inegável a competência e a capacidade do ministro Alexandre Padilha, tanto no atual governo quanto nas inúmeras oportunidades em que serviu aos interesses do povo brasileiro. Ao atacar o ministro Alexandre Padilha, o deputado Arthur Lira compromete a liturgia do cargo de presidente da Câmara Federal e ofende a harmonia entre os Poderes da República”, diz a nota do Diretório Nacional do PT.
O partido subiu o tom e defendeu no comunicado a necessidade de “relações republicanas saudáveis para superar o atual estágio de beligerância provocado por atitudes que desafiam a convivência política e social”.
“O governo do presidente Lula, eleito com 60,3 milhões de votos, tem o compromisso de unir a sociedade para reconstruir o país e promover o desenvolvimento. O PT reafirma seu apoio ao ministro Alexandre Padilha, repudia ataques que agridem a democracia e convoca as lideranças do país a colocarem os interesses do Brasil em primeiro lugar”, finaliza a nota.
O governo vem tentando contornar o mal-estar entre Lira e Padilha desde pelo menos fevereiro. O presidente da Câmara anunciou aos líderes partidários naquele mês que não trataria mais de assuntos importantes com o ministro responsável pela articulação política do governo, como pontuou o Blog da Denise. O Palácio do Planalto escalou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para encabeçar as negociações com o deputado.
Lira, enquanto cumpria agenda em Londrina (PR), foi questionado sobre a votação, na última quarta (10), na Câmara, que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da veradora Marielle Franco, por 277 votos a 129, com 28 abstenções, e se o resultado teria sido um indicativo da perda de força entra os parlamentares.
“Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização. Eu deixei bem claro ontem, a votação foi de cunho individual. Cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver (com influência)”, disse o deputado.
Padilha, por sua vez, respondeu hoje (12) destacando que a relação com o Congresso no último ano foi um "sucesso". "Sinceramente, não vou descer a esse nível. Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse que, se um não quer, dois não brigam", disse em coletiva, antes do evento Líderes em Energia, no Rio de Janeiro.
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