O senador Sergio Moro (União-PR) afirmou, na noite desta terça-feira (9/4), que foi vítima de perseguição política nos processos que o acusavam de abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2022. Segundo ele, seu trabalho à frente da Operação Lava-Jato fez com que ele fosse vítima de “retaliação”. O pronunciamento ocorreu em frente à presidência do Senado, após o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolver o parlamentar nas ações protocoladas pelo PT e pelo PL.
“No fundo, não passam de oportunismo misturado com retaliação contra o combate à corrupção feita na operação Lava-Jato. A Justiça deu uma resposta firme contra essa pretensão absurda. Há, ainda, e eu sei disso, um caminho pela frente. Mas eu espero que a solidez desse julgamento sirva como um freio a perseguição absurda que eu e minha família sofremos desde o início deste mandato. As mentiras, as acusações fantasiosas, as ameaças — até mesmo do crime organizado”, afirmou.
Morro disse que o resultado do julgamento do TRE servirá como base também para outros parlamentares que enfrentarem ações parecidas. Segundo ele, o momento atual é de pacificação e estabilidade institucional.
“No Senado, tenho contado com o apoio dos meus pares. O julgamento de hoje é também um alento a eles, pois representa a afirmação que a oposição política tem o direito de existir, o que é condição de sobrevivência da própria democracia. Espero que eles, meus pares, sejam também bem sucedidos nas respectivas provações. Não será possível avançar sem abdicarmos de nossa liberdade e democracia. É tempo de pacificação institucional e de respeito ao Congresso Nacional. Não há inimigos em uma democracia, mas apenas adversários”, concluiu.
Julgamento no TRE
Na noite desta terça-feira, o TRE-PR concluiu o julgamento sobre as ações protocoladas pelo PT e pelo PL que acusavam Sergio Moro por abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2022 por ter usado recursos do Podemos, quando era pré-candidato à Presidência da República, para alavancar sua candidatura ao Senado.
As siglas também apontam caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação e alegam que o Moro teria gasto R$ 6,7 milhões para chegar ao Congresso, quando o limite permitido por lei é de R$ 4,4 milhões
Foram cinco votos a dois pela absolvição de Moro. Votaram pelo manutenção do mandato do ex-juiz da Lava-Jato os desembargadores: Luciano Carrasco Falavinha Souza (relator), Cláudia Cristina Cristofani, Guilherme Frederico Hernandes Denz, Anderson Ricardo Fogaça e Sigurd Roberto Bengtsson (presidente da Corte).
Pela cassação de Moro, votaram os desembargadores José Rodrigo Sade e Julio Jacob Junior.
Os autores das ações e a Procuradoria Regional Eleitoral podem recorrer da decisão no próprio TRE-PR e também em instância superior, o TSE.
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