A captura dos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, enfraquece o discurso de parte da oposição que tenta fragilizar a gestão de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça. Desde a fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento da prisão, deputados da bancada da bala tentam convocar o ministro na Comissão de Segurança Pública, onde atuam, para explicar e esclarecer esses fatos.
O ministro assumiu o cargo uma semana depois da evasão dos dois. Sete parlamentares desse grupo são autores de requerimentos de convocação de Lewandowski.
"A fuga está sendo avaliada por analistas e políticos como o evento mais grave ocorrido nos presídios de segurança máxima do país e levantando dúvidas sobre a segurança dessas instalações. Diante da gravidade da situação, cabe convocar a presença do ministro a fim de questioná-lo minuciosamente para esclarecer o caso e as providências tomadas", justificou o Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) no pedido para convocar Lewandowski.
Sargento Gonçalves (PL-RN), autor de outra convocação do ministro, afirmou, quando o caso ocorreu, que "diante de um aparato tão extenso e complexo de segurança e protocolos rígidos com os internos, é de causar perplexidade que dois detentos tenham escapado sem que ninguém tenha notado. Para se ter uma noção, um advogado para conseguir atender seu cliente dentro de uma penitenciária federal passa por seis barreiras antes de ter acesso ao detento".
Outro desses requerimentos, com quatro signatários — Rodolfo Nogueira (PL-MS), Delegado Fábio Costa (PP-AL), Delegado Caveira (PL-PA) e Delegado Ramagem(PL-RJ) — exige a presença do ministro e argumenta ser imperativo que ele "preste esclarecimentos detalhados sobre as medidas adotadas para garantir a segurança dessas instalações. Além disso, é crucial uma análise minuciosa das políticas e procedimentos de segurança em vigor nessas unidades".
O presidente da Comissão de Segurança, Alberto Fraga (PL-DF), propôs a esses parlamentares dar-lhe um voto de confiança e garantiu que iria conseguir levar o ministro a uma audiência pública sem ter que convocá-lo. Fraga, numa reunião do colegiado, disse a eles que não se pode responsabilizar Lewandowski pela fuga dos dois condenados, dado o tempo exíguo que estava no cargo. O parlamentar foi um dos poucos a se manifestarem na tarde desta quinta, após a notícia da captura de Rogério e Deibson.
"Após 50 dias, a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) recapturaram no Pará foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró. Mais uma vez, a polícia cumprindo o seu papel, mesmo com a falta de investimento e com o descaso que a segurança pública vive na atual gestão do nosso país", publicou Fraga.
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