O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou uma nota nesta quinta-feira (4/4) condenando a destruição do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, e o ataque israelense que matou sete trabalhadores humanitários na região, sendo seis estrangeiros, na segunda (1º). A ação foi classificada como um "erro" pelo governo de Israel.
O Itamaraty reforçou que repudia qualquer tipo de ação militar contra civis, e lembrou que mais de 200 trabalhadores humanitários foram mortos desde o início da guerra, maior número registrado na história dentro do período de um ano.
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"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, de ataque aéreo israelense, ocorrido em 1º de abril, na região de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, no qual sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) foram mortos", afirmou o Itamaraty.
Um comboio humanitário foi atacado pelas forças israelenses com mísseis de precisão, matando um palestino e seis estrangeiros dos Estados Unidos, da Austrália, do Reino Unido, do Canadá e da Polônia. A ação gerou forte repercussão negativa na comunidade internacional.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assumiu a responsabilidade pelo ataque. Segundo ele, o exército "atingiu de forma não intencional pessoas inocentes na Faixa de Gaza". Militares israelenses declararam ainda que o comboio foi "confundido".
Maior hospital foi destruído após cerco
"[O governo brasileiro] Deplora também as mortes de civis e trabalhadores de saúde palestinos e os danos causados por ação militar das últimas semanas, que resultou na destruição do hospital Al-Shifa, em contexto no qual a assistência médica à população de Gaza é fundamental", acrescentou o Itamaraty.
Israel também anunciou na segunda-feira o fim do cerco de duas semanas ao hospital, que ficou completamente destruído.
O Brasil lamentou a morte de civis palestinos e dos mais de 200 agentes humanitários que perderam a vida desde o início da invasão, em outubro do ano passado. "Esse número é o maior da história da ONU e representa, em menos de seis meses de conflito, quase três vezes mais vítimas entre trabalhadores humanitários do que jamais registrado em um único conflito, no período de um ano", disse o ministério.
O Itamaraty repudiou ainda qualquer tipo de ação militar a civis, e pediu o cumprimento imediato de resolução do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo.
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