O ex-presidente Michel Temer recebeu, ontem, o título de Cidadão Honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Na cerimônia, que contou com a presença de autoridades locais e do Judiciário, os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal federal (STF), ressaltaram a capacidade do ex-presidente de dialogar e de trabalhar pela aproximação dos Três Poderes.
Moraes frisou que Temer "foi um grande presidente" e que "na história, nenhum outro se iguala". "Sério, trabalhador, um presidente que transitava, como presidente, e continua transitando pelos Três Poderes. Na história, não temos nenhum presidente que se iguala ao presidente Michel Temer nas relações com os Três Poderes", disse.
Por sua vez, Toffoli se referiu ao ex-presidente como "extremamente cordial, inteligente e prudente. Uma pessoa que não é de excessos, um construtor de pontes".
Antes mesmo de abraçar a carreira política, Temer já era reconhecido como um dos principais constitucionalistas brasileiros — com livros adotados pelos cursos de direito. Ao chegar à Presidência da República, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, teve a oportunidade de indicar um ministro para ocupar uma das 11 cadeiras do STF em função da morte de Teori Zavascki em um acidente aéreo. Escolheu seu então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Declaração à Nação
Depois que deixou a Presidência, a principal atuação de Temer foi para debelar a crise criada por Jair Bolsonaro com o STF, no Sete de Setembro de 2021 — que disse a um comício aos apoiadores na Avenida Paulista que não mais cumpriria decisões judiciais determinadas por Alexandre de Moraes — sobretudo as relacionadas ao inquérito das fake news. Intitulada Declaração à Nação, escreveu a carta na qual Bolsonaro tentava desfazer o mal-estar por aquilo que dissera.
Temer agradeceu aos distritais e lembrou que vive em Brasília há 36 anos, em razão dos cargos que ocupou na vida política. Afirmou, ainda, que desejou ter conhecido a cidade quando era mais jovem, para aproveitar a rotina dos brasilienses.
"Quero que minhas palavras inaugurais não sejam apenas um ruído, mas que sejam um sentimento. E o sentimento que quero expressar é o de quem viveu praticamente 36 anos em Brasília. Quando chegou lá pelo 32° ano, estava tão encantado por Brasília, com seu potencial de crescimento, de desenvolvimento, de harmonia, de democracia. Pensei que queria ser mais jovem, que meus pais tivessem vindo cedo para Brasília e que eu tivesse nascido em Brasília. Ser cidadão de Brasília não é apenas ser de Brasília. Quem é cidadão brasiliense não é apenas do DF, é nacional", afirmou o ex-presidente.
A sessão de concessão dos títulos — propostos pelos distritais Hermeto e Iolando — foi presidida pelo presidente da CLDF, Wellington Luiz. Também receberam o mesmo título o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, e o conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público Engels Muniz.
O governador Ibaneis Rocha e a vice Celina Leão fizeram parte da mesa de honra do evento, que contou com a presença também do presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, José Cruz Macedo.
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