O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, relembrou, durante a abertura da sessão da Corte desta quarta-feira (3/4), a ditadura militar no Brasil, que completou 60 anos desde sua decretação neste ano. Segundo o ministro, “quem viveu processos autoritários sabe que, no fim do dia, os resultados são piores a um custo muito maior”.
Para quem viveu os dias “difíceis”, como o magistrado afirmou, valorizam o que é “viver em uma democracia constitucional”. “A democracia pode ser um regime político mais complexo porque exige negociações e concessões, ao passo que, no autoritarismo, é possível impor soluções de cima para baixo. Mas quem viveu processos autoritários sabe que, no fim do dia, os resultados são piores a um custo muito maior”, declarou Barroso.
Barroso defendeu que o episódio de 31 de março de 1964 se "tratou, inequivocamente, de um golpe, porque esse é o nome que se dá em ciência política e em teoria constitucional à destituição do presidente por um mecanismo que não seja o previsto na Constituição”.
O posicionamento do presidente do STF se contrapõe à postura que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu adotar. Lula, em uma tentativa de pacificar o país e não se indispor com os militares, teria orientado aos ministros que não organizassem ações ou conteúdo para marcar os 60 anos da ditadura.
Isso não impediu, no entanto, que ministros como Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, e Cida Gonçalves, das Mulheres, publicassem nas redes sociais mensagens repudiando a ditadura militar. Parlamentares governistas, tal qual os líderes José Guimarães (PT-CE), da Câmara, e o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), do Congresso, também se manifestaram.
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