A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores, na noite desta terça-feira (2/4), no Circo Voador, na região do Centro do Rio de Janeiro, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
Outras figuras de importância do partido estiveram presentes no ato de filiação, como a deputada Benedita da Silva (RJ); a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR); e o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo.
“A minha trajetória política não começou em 14 de março (dia em que Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, em 2018), não começou quando eu tomei posse no dia 10 de janeiro (de 2023) à frente do Ministério de Igualdade Racial. A minha trajetória política começa e se forja na favela da Maré. Começa quando ainda muito nova minha mãe e minha irmã protegiam meu corpo com medo que a gente fosse atingidas por uma bala perdida. Começa dentro da universidade, como cotista. (...) A minha luta política começa desde o dia que a gente nasceu porque nossos corpos negros são políticos. A gente sobrevive diariamente resistindo e ressignificando a nossa luta”, disse Anielle em seu discurso.
Freixo pontuou em seu discurso que, ainda que Anielle soubesse do peso do nome da irmã, Marielle Franco, ela “não se escondeu, se filiou ao Partido dos Trabalhadores e não vai deixar o Rio de Janeiro sucumbir diante das formas fascistas”. Marielle, assassinada em 2018, foi mencionada em diversos momentos e Benedita da Silva pediu por um minuto de palmas em memória da vereadora.
“Eu chego aqui também por Marielle Franco. Não pela covardia que fizeram com minha irmã, não pela brutalidade que fizeram com ela. Mas pelo que ela significa, pelo que ela me ensinou, pelo que ela é. Eu jamais consigo falar de Marielle no passado, porque a Marielle é presente em tudo que a gente defende”, declarou a nova petista.
O tom do evento foi temperado pela eleição municipal e o presidente do PT no Rio, Tiago Santana, afirmou que a legenda irá “fazer muita luta para aumentar a bancada de vereadores e vereadoras” na disputa em outubro.
“Porque as pessoas não moram na União, não moram nos estados, elas moram nas cidades e nós como um partido do povo precisamos ter um projeto de povo e por isso precisamos empretecer essa Câmara de Vereadores”, afirmou Santana.
No entanto, Lula, em seu discurso, colocou um ponto final na possibilidade de Anielle concorrer à prefeitura do Rio na chapa de reeleição de Eduardo Paes (PSD) como vice, abrindo caminho para uma candidatura ao Congresso em 2026. Janja, que nos bastidores foi uma das principais defensoras de que a ministra concorresse junto a Paes, deu boas vindas ao PT.
“A Anielle tem uma coisa nova, pode construir uma perspectiva política muito importante no estado do Rio de Janeiro. Eu tenho certeza, vou dizer por ela sem falar com ela, de que ela não tem nenhuma pretensão de disputar nenhum cargo em 2024. Ela quer ser ministra até o último momento. Mas, quando chegar perto do final do governo, tem eleição em 2026. Aí, pode dar um mexerico nela de querer ser candidata a alguma coisa, então é melhor começar a se preparar antes”, pontuou o presidente.
No evento, estavam presentes os petistas que compõem a prefeitura de Paes, os secretários Adilson Pires, de Assistência Social, e Taiana de Paula, do Meio Ambiente.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br