O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) publicou, na Sexta-feira Santa (29/3), uma publicação que causou controvérsia nas redes, em que Jesus, crucificado, divide a imagem com um grupo de soldados romanos e os dizeres “bandido bom é bandido morto”. A postagem no X (antigo Twitter) acabou sendo motivo para os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo mirarem em Guilherme Boulos (PSol).
O deputado federal, que também é um dos nomes que despontam na disputa pela prefeitura da capital paulista, foi militante e uma das lideranças do MTST, mas não integra mais o movimento, apesar de a imagem ainda ser ligada ao grupo.
O candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamou o MTST de “turma do Boulos”. “Na sexta-feira Santa, ver uma postagem dessas é de cortar o coração. Um sacrilégio. Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”, reclamou.
Marina Helena, pré-candidata do Novo, foi outra que citou o “MTST do Boulos”. “Logo em um dia tão importante para os cristãos, o MTST do Boulos usou a crucificação para comparar bandidos e Jesus. Como é possível alguém cogitar que esse rapaz seja prefeito de São Paulo?”, questionou ela.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP), que é outro que busca se candidatar nas eleições municipais em outubro, repercutiu a postagem do MTST. “Guilherme Boulos busca o apoio dos evangélicos ao mesmo tempo em que seu grupelho de invasores blasfemam Jesus no dia de sua morte!”, escreveu ele.
Parlamentares bolsonaristas criticaram a postagem do movimento e também associaram a Boulos, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, chamou o posicionamento do MTST, “grupo que Boulos, pré candidato à prefeitura de SP, já coordenou”, de “nefasto”.
Boulos e MTST respondem
Neste sábado (30), Boulos foi às suas redes sociais e respondeu especificamente o atual prefeito de São Paulo, acusando-o de “distorcer o post de um movimento social e criar terrorismo moral”.
“Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método. Sem contar que sua trajetória pessoal e política está longe de ser a do cristão exemplar que tenta vender. Já vimos esse filme em 2022. E a verdade prevaleceu sobre as Fake News. Será assim novamente nas eleições deste ano”, rebateu Boulos.
Já o MTST fez uma série de postagens, após a reação à imagem original, em que afirma que a “falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar” e apontou um trecho do Evangelho de Lucas que aborda a condenação de Jesus por Pôncio Pilatos.
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