O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou, nesta segunda-feira (26/3), se foi crime dormir na embaixada da Hungria, em Brasília. Em fevereiro, Bolsonaro passou duas noites na representação húngara após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal em investigação sobre tentativa de golpe de Estado. Os vídeos da ida do ex-presidente à embaixada foram divulgados pelo jornal norte-americano The New York Times.
"Dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?", indaga Bolsonaro em conversa com jornalistas na saída de um evento em São Paulo. "Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do Alvorada?", acrescentou o ex-presidente.
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Bolsonaro chegou à embaixada na noite de 12 de fevereiro, uma segunda-feira, e partiu na tarde do dia 14, quarta-feira. Nesses dois dias, as câmeras registraram, entre outras movimentações, a de um funcionário da representação levando para as instalações de hóspedes uma máquina de café em cápsula por orientação do embaixador Miklos Halmai.
As imagens flagraram, ainda, auxiliares de Bolsonaro entrando e saindo da embaixada com mochilas nas quais, supostamente, havia itens pessoais. O ex-presidente também é visto circulando no pátio interno da embaixada acompanhado de um auxiliar e mexendo no aparelho celular.
Pelas imagens, a impressão que se tem é de que Bolsonaro era esperado. Os funcionários da embaixada se apressam em acomodar o ex-presidente e são vistos levando travesseiros às instalações para hóspedes, que ficam dentro do complexo diplomático, no Setor de Embaixadas Sul.
A ida de Bolsonaro à embaixada será investigada pela Polícia Federal (PF). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que ele esclareça as razões pelas quais permaneceu, por dois dias, na representação diplomática.
Ontem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) também convocou o embaixador Miklos Tamás Halmai para que explicasse o encontro, mas ele evitou responder a maior parte das perguntas sobre Bolsonaro. Em nota, os advogados do ex-presidente disseram que a hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi para atualizar "os cenários políticos das duas nações".
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