Investigação

Mauro Cid desmaiou ao ser informado que voltaria para prisão

A equipe de saúde do STF foi chamada para socorrer o militar, mas Cid teria se recuperado antes da chegada dos paramédicos

O tenente-coronel Mauro Cid desmaiou ao ser informado que voltaria para a prisão, nesta sexta-feira (22/3), após depoimento na sede do Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, considerou que o militar descumpriu as medidas cautelares determinadas e tentou cometer o delito de obstrução da justiça.

Fontes ouvidas pelo Correio informaram que Mauro Cid se sentiu mal após o anúncio da prisão dentro do STF. A equipe de saúde local teria sido chamada, mas o militar teria se recuperado antes mesmo da chegada dos paramédicos. 

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que chegou na sede do STF às 13h para prestar esclarecimento, recebeu voz de prisão imediatamente após prestar depoimento. 

Cid, que estava impedido de se comunicar com os demais investigados e utilizar redes sociais, teve áudios vazados onde afirmava que sofria com pressão de alguns delegados da Polícia Federal (PF) para “confirmar narrativas que já vinham prontas”, disse o militar na gravação. Em outro ponto da gravação ele faz duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF.

Preso no STF, Cid foi encaminhado ao Departamento de Polícia Especializada do DF, onde foi retirada a tornozeleira eletrônica que estava obrigado a usar desde a soltura, em setembro, após seis meses de prisão provisória.

Após o procedimento na Polícia Civil ele foi encaminhado à Superintendência Regional da PF, no Setor Policial Sul, onde deve realizar os procedimentos como o exame de corpo de delito e aguardar a escolta da Polícia do Exército que deve conduzir o militar para o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, no Setor Militar Urbano, onde deve permanecer preso.

A defesa do militar, realizada pelo advogado Cezar Bitencourt, esteve boa parte da tarde na superintendência da PF, e quando saiu não quis falar com os jornalistas e não respondeu aos pedidos de informação do Correio.

Em nota a defesa disse que as gravações vazadas são fruto de uma ação clandestina e dizem que Cid foi ilegalmente gravado em um momento de desabafo, nada além disso. 

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues, disse que protocolou, nesta sexta-feira (22/03), uma representação no STF para que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), explique "as graves acusações" contra a PF.

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