O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os impactos da exploração de sal-gema pela Braskem em Maceió (AL), senador Rogério Carvalho (PT-SE), afirmou, nesta terça-feira (19/3), que irá apresentar um pedido de busca e apreensão no Ministério de Minas e Energia (MME), se a pasta não responder aos pedidos de informações encaminhados até o momento. O parlamentar criticou a postura do ministério por supostamente tratar as solicitações da CPI de forma “desídia” e “desrespeitosa”.
“Solicito dar um prazo de mais três dias (para a resposta) sob pena de a gente aprovar um requerimento de busca e apreensão no Ministério de Minas e Energia (...) É inadmissível que o Ministério de Minas e Energia não passe informações”, pontuou o senador.
Carvalho declarou que o colegiado quer ter acesso aos documentos que registram as ações do ministério em relação à exploração da Braskem na capital alagoana, que culminou no afundamento do solo em cinco bairros e o colapso de uma das minas inativas, no fim do ano passado, localizada abaixo da Lagoa Mundaú. O objetivo é entender “o que foi ou não foi documentado” antes do começo dos tremores registrados a partir de 2018 em Maceió.
O colegiado ouviu hoje o ex-secretário de Geologia e Mineração do MME, Alexandre Vidigal de Oliveira, que relatou falta de recursos que viabilizem a fiscalização da atividade mineradora no país e denunciou coação por parte de três ex-deputados federais, que, segundo ele, queriam fazer nomeações no governo e na Agência Nacional de Mineração (ANM).
“Esse pessoal queria influência dentro do ministério para nomear diretores, para nomear superintendentes. Criaram em algum momento um dossiê, e tudo e a todo momento nós temos um dossiê. (...) junto a eles sempre esteve um servidor do Senado de nome Wagner Pinheiro, que preside um instituto de mineração. A todo tempo o Senador Ricardo Izar queria esse Wagner Pinheiro como diretor da ANM. Eles queriam a superintendência. Então é explicitamente isso. Eu não tenho dificuldade nenhuma em expor”, declarou o ex-secretário.
Diante da denúncia, a CPI aprovou as convocações dos ex-deputados Ricardo Izar, de São Paulo; Evandro Roman, do Paraná; e Nereu Crispim, do Rio Grande do Sul.
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