No centro de um escândalo e alvo de investigação por uso político e indevido no governo de Jair Bolsonaro — e ainda sob críticas na atual gestão —, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quer melhorar sua imagem e optou por uma ferramenta de comunicação dos tempos atuais. Foi lançada a Abincast, o podcast institucional da agência, com conteúdo em áudio disponibilizado na internet. O propósito: "se aproximar cada vez mais da sociedade".
E o programa começa assim, na voz dos locutores: "Abincast, tudo que você queria saber e não tinha ninguém para te contar. Os filmes e livros de espionagem trazem universo de aventura e ação que povoam o imaginário coletivo. Logo, imaginamos luxo, espiões, sedução, perigos e por aí vai".
O primeiro episódio, que está no ar e dura nove minutos, trata do "extremismo violento ideologicamente motivado", mas, apesar do tema, os ataques do 8 de janeiro de 2023 feitos por bolsonaristas não são citados.
Dois oficiais de inteligência — Aline e Marcelo — são entrevistados. Pela natureza sigilosa do ofício, seus sobrenomes são evitados. Eles explicam que há grupos que têm visão de mundo próprio e que vemos outros como "inimigos a serem eliminados" e que usam a violência para esse propósito.
Os agentes também contam que os grupos "ideologicamente motivados" usam táticas terroristas e extremistas, antes associadas aos "religiosamente motivados".
Um deles explica: "O terrorismo era confundido com jihadista, islâmico, mas tem surgido grupos de supremacistas e também neonazistas. No fundo, são ameaças ao Estado".
Esse episódio citou os casos dessas ações de violência em escolas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga a atuação da agência no governo Bolsonaro, quando foi criada a "Abin paralela". A estrutura e a parafernália do órgão foram usadas para investigar ilegalmente adversários políticos do grupo que estava no poder.
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