A defesa de Anderson Torres emitiu uma nota, nesta sexta-feira (15/3), negando encontro do então ministro da Justiça com o ex-presidente Jair Bolsonaro e comandantes do exército. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Jr. e o ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, afirmam que ele teria sido consultado sobre possibilidade de decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), após o resultado das eleições de 2022.
"Anderson Torres reafirma não ter participado de qualquer reunião como ex-presidente Bolsonaro e os comandantes militares da época, para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas. O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grave equívoco nos depoimentos prestados", diz nota do advogado Eumar Novacki.
Almeida Baptista Jr. citou o papel do então ministro da Justiça que prestava "assessoria jurídica" a Bolsonaro sobre os aspectos para se decretar ou uma GLO ou a decretação do Estado de Sítio ou do Estado de Defesa. Em depoimento, Freire Gomes afirmou a mesma coisa sobre o envolvimento de Torres.
A defesa, no entanto, diz que irá pedir nova oitiva para "elucidação do caso". "Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso", diz o texto
"Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegociável com a democracia", finaliza nota do advogado.
Investigação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo de 27 depoimentos da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, em 8 de janeiro.
O inquérito no STF visa apurar a responsabilidade de autores intelectuais e das pessoas que instigaram os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. No mês passado, o inquérito foi prorrogado por mais 180 dias a pedido da Polícia Federal.
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