Serra do Salitre — O vice-presidente Geraldo Alckmin considerou “muito relevante” a decisão do governo de indicar o nome de Rafael Dubeux, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, para integrar o Conselho de Administração da Petrobras. Ao participar da inauguração de uma fábrica de fertilizantes no Triângulo Mineiro, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente também falou da expectativa do governo em relação ao desenvolvimento do agronegócio com a atração de novos investimentos.
“Achei muito relevante o fato de o ministro da Fazenda (Fernando Haddad) ter indicado um especialista de alto nível no Conselho da Petrobras. Ganha a Petrobras e ganha a sociedade”, comentou ele. Questionado sobre a crise deflagrada no Conselho de Administração da mineradora Vale, após o pedido de desligamento de um dos conselheiros — que disse haver interferência política na empresa —, ele não respondeu.
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Hidrogênio e potássio
O vice-presidente tentou limitar seus comentários ao desenvolvimento do agronegócio, reforçado, agora, com o início da operação da única planta de produção de fertilizantes fosfatados (a base de fósforo) da multinacional de capital russo EuroChem no continente.
Alckmin disse que o Brasil terá “boas notícias” em relação à produção de nitrogênio, outro elemento químico que está na base dos fertilizantes, junto com o potássio. A produção de nitrogenados para a agricultura depende de gás natural, cuja produção no Brasil ainda é cara e insuficiente para abastecer o mercado. “Nós vamos ter, no fim do ano, mais 15 milhões de m3 de gás natural na chamada rota 3 - Rio de Janeiro/Itaboraí (RJ).
Ele também citou investimentos em curso da petroleira norueguesa Equinor em gás natural na Bacia de Campos, e da Petrobras, em Sergipe, além das negociações com a Argentina para importar o combustível da região de Vaca Muerta utilizando capacidade ociosa do gasoduto Brasil-Bolívia. Se essa importação for viabilizada, o gás chegará a Três Lagoas (MS). “Nós poderemos quase que dobrar a produção de gás natural”, apontou, ao explicar que o gás é a base da produção de amônia e ureia, usados na agropecuária.
Sobre o potássio, ele citou uma “decisão importante” da Justiça Federal reconhecendo, em fevereiro, a competência do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) de conceder o licenciamento ambiental do projeto Potássio Autazes, no Amazonas, tocado por um grupo canadense. A previsão é de investimentos que chegam a US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões).
“O Ibama defendia que quem deveria fazer o licenciamento deveria ser o (órgão) do estado. Com a decisão, deveremos ter boas notícias (sobre o andamento do projeto) nas próximas semanas”, declarou o vice-presidente. “Vamos aguardar o licenciamento, tomando todos os cuidados. Tendo o licenciamento, inicia-se (a extração de potássio).”
*Repórter viajou a convite da EuroChem
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