Guerra no Oriente Médio

Israel transforma direito de defesa em 'direito de vingança', diz Lula

O presidente se reuniu nesta quarta-feira (6/3) com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (6/3) que o governo de Israel transformou o direito de defesa em “direito de vingança” após os ataques do grupo extremista Hamas. O petista também criticou a ajuda humanitária que vem sendo retida, como alimentos, e voltou a defender o fim do conflito e a criação de um Estado Palestino com assento na Organização das Nações Unidas.

O tema foi discutido em reunião entre Lula e o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e comentado em declaração conjunta após o encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto.

“O direito de defesa transformado em direito de vingança constitui, na prática, punição coletiva que mata indiscriminadamente mulheres e crianças”, disse o presidente ao ler sua declaração oficial. “É fundamental avançar rapidamente na criação de um Estado Palestino e reconhecê-lo como membro pleno da ONU, um Estado que seja economicamente viável e que possa conviver em paz com Israel”, emendou.

Após a declaração, Lula foi questionado por jornalistas sobre seu posicionamento contra a guerra na Faixa de Gaza. Ele frisou que o Brasil mantém o posicionamento contra o conflito no Oriente Médio, e também contra a guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Se alguém tinha dúvida, as últimas imagens do que aconteceu em Gaza mostram para que todos nós, seres humanos, não percamos o humanismo que ainda temos dentro de nós. Não sejamos algoritmos, sejamos seres humanos”, enfatizou o presidente. “Não é possível continuar essa matança sem que o Conselho de Segurança da ONU pare essa guerra e permita que chegue alimento, chegue remédio. Tem mais de 30 toneladas de alimentos estocadas lá e não consegue chegar”, acrescentou.

Sanchéz, por sua vez, afirmou que o governo da Espanha também pede pelo fim do conflito e questionou as ações do governo de Israel. “Eu tenho dúvidas se as ações do governo de Israel seguem as normas do direito internacional”, disse.

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