A montadora Stellantis anunciou, nesta quarta-feira (06/3), que fará no Brasil o maior investimento da história da indústria automobilística nacional. Com uma previsão de R$ 30 bilhões em cinco anos, a empresa promete desenvolver e lançar mais modelos “bio-hybrid” combinando a motorização flex com a eletrificação. É o maior volume de investimentos da indústria automotiva na região e o anúncio ocorreu um dia após a gigante japonesa Toyota anunciar oficialmente o desembolso de R$ 11 bilhões no Brasil para expandir a operação no país até 2030.
“A oportunidade que temos aqui no Brasil é de fazer a integração entre a eletrificação e o flex fuel”, disse o diretor executivo global da Stellantis, o português Carlos Tavares. O grupo é dono de marcas como Fiat, Jeep, Chrysler, Citröen e Peugeot. O investimento deverá garantir o lançamento de mais de 40 novos produtos nos próximos cinco anos e o desenvolvimento e produção de tecnologias para a descarbonização.
"Este anúncio solidifica nossa confiança e comprometimento com o futuro da indústria automotiva sul-americana e é uma resposta ao ambiente de negócios favorável que encontramos aqui", disse o CEO global da empresa.
No início da manhã, Tavares e o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, estiveram com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e ministros para anunciar as cifras que a montadora pretende investir como parte do Plano Mover, em que o governo oferece estímulos para investimentos que levem à descarbonização da mobilidade do país.
O comandante da montadora, que é o sétimo maior grupo automobilístico do mundo e dono da marca Fiat, ressaltou que a conversa com Lula foi muito positiva e tratou sobre o programa Mover do governo federal.
“O que nós discutimos com o governo brasileiro e nossa compreensão do programa Mover, que é um programa muito inteligente e eficiente. Esse alinhamento de interesses entre o governo brasileiro e a nossa empresa é um ponto fundamental”, apontou Carlos Tavares.
A Stellantis conta com três fábricas no país. Como as plantas de produção ainda podem ampliar a produção, mesmo não descartando, a empresa não prevê neste momento a construção de novas unidades. “Há três fábricas no Brasil, neste momento as fábricas não estão saturadas, mas se for preciso ampliar, a empresa tem recursos para ampliar sua estrutura fabril”, disse Tavares.
O CEO da companhia apontou que vê o Brasil e a América Latina como uma região estável e madura. Segundo ele, a empresa tem confiança no crescimento do país e aponta que o governo brasileiro com o Programa Mover aponta para uma convergência ao longo prazo para que os investimentos do setor possam ser realizados. A aposta da Stellantis é investir no lançamento de veículos que possibilitem a descarbonização com um valor mais acessível ao público de classe média, investindo assim em modelos híbridos, com combustível elétrico e etanol ou outro biocombustível.
A empresa aposta que, em 2030, cerca de 20% a 30% das vendas serão de veículos totalmente elétricos e o restante deve ser, na sua grande maioria, de veículos híbridos. Sobre subsídios governamentais, a empresa diz que só quer o mesmo tratamento dos concorrentes. “A única coisa que queremos é a igualdade de tratamento em relação a subsídios dos nossos concorrentes”, disse o presidente global da empresa.
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