O governo Lula encerrou o seu primeiro ano com crescimento econômico acima do esperado. Por isso, a alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 rendeu comemorações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o resultado contrariou em muito as expectativas do início do ano. "O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023, segundo o IBGE. Vocês lembram que a previsão de alguns era de 0,9%? Crescemos bem mais do que o previsto e vamos continuar trabalhando para crescer com qualidade e pela melhora de vida de todos", escreveu Lula no X (antigo Twitter).
Na última terça-feira, em entrevista à Rede TV!, Lula havia comentado que sua expectativa para o crescimento era de que ficaria acima dos 3% observados em 2022. "Nós vamos crescer mais do que qualquer previsão. Nós vamos chegar a 3% ou um pouco mais de crescimento este ano. E por que vamos crescer? Porque as coisas estão acontecendo", declarou o presidente na entrevista.
Exercendo interinamente a presidência, já que Lula estava em viagem à Guiana, o vice-presidente Geraldo Alckmin também comemorou. Durante coletiva de imprensa após a reunião do Conselho de Administração da Suframa, Alckmin atribuiu o bom desempenho da economia a "fatos importantes", frutos de mudanças na política econômica brasileira. "O Risco Brasil, que era 254, caiu para 128. A inflação, que era quase 6%, caiu para 4,5%, dentro do teto da meta. A bolsa subiu, o PIB subiu, o emprego subiu, e o dólar e a inflação caíram", pontuou ele.
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Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, citou ainda a redução da taxa básica de juros (Selic), a partir do segundo semestre do ano. A taxa estava em 13,75%, passando a ser reduzida a partir de setembro e encerrando o ano em 11,75%. A redução do desemprego e o superavit recorde de US$ 98,8 bilhões na balança comercial foram outros "fatos" citados pelo vice-presidente. "Chamaria atenção que o mundo está crescendo menos. O volume do comércio exterior subiu 0,8% e o Brasil cresceu 8,5%. Crescemos 10 vezes mais, mas isso não deve nos levar a nos acomodar".
O setor sob o guarda-chuva do ministro Alckmin, no entanto, contribuiu muito pouco para o desempenho da economia. A indústria, por exemplo, cresceu apenas 1,6%. A taxa de investimento caiu 3%.
Por isso, o ministro da Indústria disse que o governo não vai "se acomodar" e deve trabalhar para melhorar a participação da indústria no PIB. Ele citou que em 2024 será possível sentir o impacto de iniciativas de sua pasta, como o Programa de Depreciação Acelerada, para a compra de maquinário pela indústria, e a proposta de criação de uma Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), em tramitação no Congresso.
Expectativa
No mesmo tom de Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou melhorias na política industrial este ano. "O investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução (do PIB). E agora nós queremos criar um ambiente necessário para que o empresário invista, porque é esse investimento que melhora as condições da economia", afirmou o ministro.
Ainda que a economia tenha sido ajudada pela supersafra, Haddad disse que o resultado deve ser comemorado, uma vez que ultrapassou as expectativas. "Esperávamos superior a 2% no começo do ano passado e quase chegamos a 3% de crescimento", disse ele a jornalistas, em São Paulo. "Fechar em 2,9% é bastante positivo para o Brasil", acrescentou.
Haddad ressaltou ainda que a expectativa do governo é de que, em 2024 o crescimento fique em 2,2%. "Estamos sendo comedidos nas nossas projeções. Se a inflação continuar comportada, a política monetária for se ajustando e, com mais esforço que a Fazenda tem feito com o Congresso, eu acredito que,a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano, as coisas comecem a melhorar bem. E de maneira estrutural", observou.
De acordo com o ministro, umas das projeções do governo é que a indústria também possa crescer este ano. "Projetamos uma melhora da indústria para este ano. Há sinais consistentes de que haverá melhora e penso que também será puxado pelo investimento. Acredito que vamos ter um bom ano para a indústria. E acredito muito na construção civil, que tem tudo para deslanchar", comentou o ministro Haddad.
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