Em meio a uma disputa pelo comando do União Brasil, a convenção partidária optou pelo advogado Antônio Rueda, que era aliado e vice-presidente da legenda comandada pelo deputado Luciano Bivar (União-PE). O encontro, que aconteceu nesta quinta-feira (29/2), escolheu ainda o vice-presidente da sigla, o ex-prefeito de Salvador Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto.
O resultado consolida a ampliação do controle da legenda pelos quadros que vieram do antigo Democratas, mas deve ser contestado por Bivar, que como presidente cancelou a convenção partidária que aconteceria em nova data.
Bivar, que era o presidente do antigo PSL, se manteve na função no União Brasil, formado pela fusão com o Democratas. O presidente perdeu força política com a debandada de parte dos parlamentares da legenda para o PL, seguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro — eleito pelo PSL em 2018. O movimento ocorreu após o grupo do antigo Democratas, mais próximo de ACM Neto, começar a cobrar por mais participação na legenda.
“As eleições para a executiva nacional do União Brasil seguiram rigorosamente as diretrizes do estatuto do partido. A chapa eleita teve a totalidade dos votos apurados, o apoio dos filiados e dos mais de 50 deputados, oito senadores e os quatro governadores do partido, demonstrando a unidade e a firmeza de propósitos do União Brasil”, disse Rueda, em nota, na quinta-feira.
Mesmo com a realização da convenção, Bivar, que tem mandato na presidência do União até 31 de maio, disse a interlocutores que sequer vai recorrer à Justiça, pois, segundo ele, a convenção é nula, pois tinha sido cancelada. Ele deve chamar uma outra convenção em nova data.
A avaliação, porém, é que Bivar, mesmo podendo jogar essa carta, dificilmente consiga manter o controle da sigla, já que a maioria dos caciques apoiaram a eleição de Rueda e de ACM Neto.
Renascimento
O líder da legenda na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), disse que, sob o comando de Bivar, o partido funcionava de "forma cartorial".
“E hoje, como disse o nosso governador (Ronaldo) Caiado (GO), o agente renasce. Uma forma, absolutamente positiva, porque hoje o partido, que vinha sendo construído de uma forma cartorial, renasce. Imaginem vocês que nem o líder do partido na Câmara, que sou eu há 3 anos, fazia parte do diretório”, afirmou Elmar.
ACM Neto, que vinha desde a fusão como secretário-geral da sigla, disse que o “desunião Brasil” terminava naquele momento, em referência à brincadeira com o nome da legenda que vem tendo diversas disputas internas.
O ex-prefeito de Salvador demonstrou confiança de que Bivar não venceria uma disputa judicial contra a eleição da nova diretoria. “Eu não sei se de fato o presidente Bivar vai judicializar, espero que não o faça, se fizer, nós vamos às instâncias judiciais demonstrar a lisura do processo, demonstrar que nós cumprimos rigorosamente o regimento e o estatuto do União Brasil. Esta convenção foi realizada com todo o respaldo jurídico e, é claro, com a força política porque não há um dono de partido aqui, há um coletivo e todo esse coletivo estava presente. A fotografia pode atestar isso.”
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