O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ontem, que vai cobrar da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a redução na fila de espera para cirurgias de quadril no Sistema Único de Saúde (SUS). Lula lembrou que fez essa operação há seis meses e afirmou que mais de 40 mil pessoas esperam pelo mesmo atendimento.
"Vou conversar com a nossa ministra da Saúde na perspectiva de fazer com que essa fila possa andar", afirmou, em vídeo publicado no X (antigo Twitter). "Não é possível as pessoas ficarem com dores como eu fiquei", disse o presidente.
Lula divulgou o vídeo para desejar feliz Páscoa, mas aproveitou a oportunidade para fazer cobranças a Nísia. A titular da Saúde enfrenta dificuldades para se manter no governo e, há poucos dias, recebeu bronca do presidente em reunião ministerial.
Entre os aspectos criticados em sua gestão, estão falhas no combate à dengue — tentou construir uma agenda positiva ao anunciar o remanejamento de doses estocadas em municípios listados como prioritários para outros nos quais a epidemia também avança — e na condução da crise dos índios ianomâmis. Nísia, chefe de uma das pastas com maior orçamento do governo, está na mira do Centrão pela liberação de emendas e sofre pressão por falta de traquejo político.
Soluções
Nas aparições que fez, nos últimos dias, ao lado do presidente, Nísia fez questão de dizer que os problemas cujas soluções foram cobradas pelo presidente estavam sendo resolvidos. Disse também que não tem restrições em receber demandas de políticos e que sabe bem o que é conviver com a pressão de grupos parlamentares — lembrou que foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no governo de Jair Bolsonaro, durante a pandemia de covid-19.
Outro ponto de preocupação na área da saúde é a crise nos hospitais federais, que motivou a reprimenda de Lula na última semana. Reportagem do Fantástico, da Rede Globo, exibiu o estado de abandono de seis unidades no Rio e informou que pacientes esperam até 10 anos por cirurgias. Após a repercussão do caso, Nísia trocou o secretário de Atenção Especializada à Saúde e Lula deve decretar situação de emergência nos hospitais fluminenses.
No vídeo, Lula lembrou da cirurgia que passou em setembro do ano passado, quando a articulação de seu quadril foi substituída por uma prótese. O procedimento foi feito no Hospital Sírio-Libanês.
O presidente disse que tinha medo da operação e da anestesia, mas superou o sentimento. Ele encorajou quem tem problemas no quadril a passar pelo procedimento. Em média, 20 mil atendimentos do tipo são feitos no SUS por ano.
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