O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) publicou, na Sexta-feira Santa (29/3), uma publicação que causou controvérsia nas redes, em que Jesus, crucificado, divide a imagem com um grupo de soldados romanos e os dizeres “bandido bom é bandido morto”. A postagem no X (antigo Twitter) acabou sendo motivo para os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo mirarem em Guilherme Boulos (PSol).
O deputado federal, que também é um dos nomes que despontam na disputa pela prefeitura da capital paulista, foi militante e uma das lideranças do MTST, mas não integra mais o movimento, apesar de a imagem ainda ser ligada ao grupo.
Boa Sexta-feira Santa! pic.twitter.com/Uf9Q69xqqt
— MTST (@mtst) March 29, 2024
O candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamou o MTST de “turma do Boulos”. “Na sexta-feira Santa, ver uma postagem dessas é de cortar o coração. Um sacrilégio. Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”, reclamou.
Na sexta-feira Santa, ver uma postagem dessas é de cortar o coração. Um sacrilégio. Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado. pic.twitter.com/RgjlIdmy2k
— Ricardo Nunes (@ricardo_nunessp) March 29, 2024
Marina Helena, pré-candidata do Novo, foi outra que citou o “MTST do Boulos”. “Logo em um dia tão importante para os cristãos, o MTST do Boulos usou a crucificação para comparar bandidos e Jesus. Como é possível alguém cogitar que esse rapaz seja prefeito de São Paulo?”, questionou ela.
Logo em um dia tão importante para os cristãos, o MTST do Boulos usou a crucificação para comparar bandidos e Jesus.
Como é possível alguém cogitar que esse rapaz seja prefeito de São Paulo? https://t.co/4RE0zInFq8— Marina Helena (@marinahelenabr) March 29, 2024
O deputado Kim Kataguiri (União-SP), que é outro que busca se candidatar nas eleições municipais em outubro, repercutiu a postagem do MTST. “Guilherme Boulos busca o apoio dos evangélicos ao mesmo tempo em que seu grupelho de invasores blasfemam Jesus no dia de sua morte!”, escreveu ele.
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Parlamentares bolsonaristas criticaram a postagem do movimento e também associaram a Boulos, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, chamou o posicionamento do MTST, “grupo que Boulos, pré candidato à prefeitura de SP, já coordenou”, de “nefasto”.
NEFASTO! Em plena Sexta-feira Santa, o MTST, grupo que Boulos, pré candidato à prefeitura de SP, já coordenou, vilipendia a Fé Cristã.
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) March 30, 2024
Crime - Art. 208 CP - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de… pic.twitter.com/3l3gfloBtX
Boulos e MTST respondem
Neste sábado (30), Boulos foi às suas redes sociais e respondeu especificamente o atual prefeito de São Paulo, acusando-o de “distorcer o post de um movimento social e criar terrorismo moral”.
“Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método. Sem contar que sua trajetória pessoal e política está longe de ser a do cristão exemplar que tenta vender. Já vimos esse filme em 2022. E a verdade prevaleceu sobre as Fake News. Será assim novamente nas eleições deste ano”, rebateu Boulos.
Ricardo Nunes tirou a Sexta-feira Santa para distorcer o post de um movimento social e criar terrorismo moral. Isso mostra que sua aliança com o bolsonarismo não é apenas eleitoral. É de princípio e de método. Sem contar que sua trajetória pessoal e política está longe de ser a…
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 30, 2024
Já o MTST fez uma série de postagens, após a reação à imagem original, em que afirma que a “falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar” e apontou um trecho do Evangelho de Lucas que aborda a condenação de Jesus por Pôncio Pilatos.
A falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar. Para ajudar, indicamos a leitura de Lucas, capítulo 23:
— MTST (@mtst) March 30, 2024
- 13 Então Pilatos reuniu os principais sacerdotes e outros líderes religiosos, juntamente com o povo,
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