O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente francês, Emmanuel Macron, participaram nesta quarta-feira (27/3) da cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero (S42), em Itaguaí, no Rio de Janeiro. A embarcação faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), uma parceria entre o Brasil e a França firmada em 2008, com orçamento de aproximadamente R$ 40 bilhões.
O Tonelero contribuirá para a defesa da costa brasileira, chamada de Amazônia Azul. O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil, através do Prosub. A iniciativa, que prevê transferência de tecnologia entre os países, pretende entregar até 2033 cinco submarinos, sendo quatro convencionais e um nuclear. Ainda estão previstas a entrega do “Angostura” e o nuclear “Álvaro Alberto”.
Em discurso, Macron destacou a importância da parceria estratégica e celebrou a “amizade” entre as duas nações como “potências pacíficas”.
“Defendemos respeito pelo direito internacional em todo o mundo, acreditamos na dignidade humana, acreditamos na paz, porque ela constrói equilíbrio. E isso exige que sejamos fortes, as grandes potências pacíficas como França e Brasil temos que ser capazes de fazer o uso da força para defender credibilidade e ordem internacional’, afirmou o presidente francês.
Segundo Macron, os dois países estão tratando ainda de um programa para produção de helicópteros militares e energia nuclear de uso civil. “Queremos consolidar essa amizade inabalável. Que seja o pretexto de uma ambição ainda maior, do Brasil e da França ainda mais fortes a serviço da paz”, reforçou.
Lula agradeceu o governo francês por posicionar o Brasil dentro do pequeno grupo de países que domina a construção de submarinos. “O Prosub é o maior e mais importante projeto de cooperação internacional em matéria de defesa do Brasil, ele garante a soberania brasileira no nosso litoral, fortalece a indústria naval com geração de emprego e renda e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação”, destacou.
O chefe do Executivo lembrou que vários navios da Marinha brasileira foram produzidos na França, reforçando a parceria de longa data. Lula afirmou que o Brasil não quer os conhecimentos da tecnologia nuclear para fazer guerra.
“Nós queremos ter o conhecimento para garantir a todos os países que querem paz que saibam que o Brasil estará ao lado de todos porque a guerra não constrói, a guerra destrói. O que constrói é desenvolvimento, conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico e é nessa área que queremos fortalecer a nossa parceria com o povo francês”, finalizou.
Cerimônia
Conforme a tradição da Marinha do Brasil, a primeira-dama Janja Lula da Silva batizou a embarcação, quebrando uma garrafa de espumante no casco do submarino. O costume, de acordo com a Marinha, remete a rituais vikings.
Tradicionalmente, a embarcação é batizada por uma madrinha e recebe seu nome oficial antes de ser submergido ao mar. Em 2018, a então primeira-dama Marcela Temer, esposa de Michel Temer (MDB), apadrinhou o submarino Riachuelo, primeiro do Prosub.
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