O deputado e presidente da Frente Parlamentar Brasil-Hungria, Alfredo Gaspar (União-AL), que apoiou Jair Bolsonaro na eleição de 2022, se manifestou a favor do ex-presidente no caso da estadia de Bolsonaro na embaixada daquele país, onde passou dois dias. O parlamentar atacou duramente a cobrança do governo, que pediu explicações ao embaixador húngaro, Miklos Tamás Halmai. Gaspar anunciou "total repúdio" às declarações das autoridades brasileiras.
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Para Gaspar, não cabe ao governo húngaro, ou seu representante diplomático no Brasil, "prestar contas" ao país anfitrião. "Reafirmamos nosso respeito e aderência aos princípios estabelecidos pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. Conforme esta importante convenção, é prerrogativa das representações diplomáticas receber qualquer pessoa, sem a necessidade de prestação de contas ao governo do país anfitrião. Assim, as declarações e ações recentes do Itamaraty, solicitando explicações ao embaixador da Hungria Miklós Halmai pela recepção de figuras políticas brasileiras, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, não se alinham com os princípios de respeito à soberania e à autonomia diplomática", afirmou Alfredo Gaspar, em nota.
O deputado assumiu o comando dessa frente parlamentar há pouco mais de um mês. Quando assumiu, Gaspar divulgou que o próprio Miklos Halmai pediu que ele assumisse a presidência desse grupo parlamentar. E se manifestou à época: “Estou muito honrando por essa missão e acredito muito na importância das relações internacionais entre os dois países. Iriei trabalhar para que essa relação avance cada vez mais, trazendo benefícios para avançarmos numa agenda positiva para os dois países”, disse o deputado alagoano.
Na nota desta terça, Gaspar afirmou que atos que questionam a autonomia das representações diplomáticas estrangeiras, se referindo à cobrança feita pelo governo Lula, "podem afetar negativamente as relações bilaterais".
O jornal The New York Times revelou que, quatro dias após entregar seu passaporte à Polícia Federal, Bolsonaro passou duas noite na embaixada, onde foi recebido por Halmai, que foi chamado ao Itamaraty para dar explicações, mas permaneceu em silêncio.
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