O Ministério das Relações Exteriores (MRE) chamou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para explicar a hospedagem de dois dias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na embaixada do país em Brasília logo após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal.
O representante húngaro se encontrou com a embaixadora Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, segundo a pasta.
A informação da estadia do ex-chefe do Executivo na embaixada húngara em Brasília foi divulgada pelo jornal norte-americano The New York Times nesta segunda-feira (25/3).
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Em vídeos de câmeras de segurança obtidos pelo jornal estadunidense, é possível vê-lo acompanhado por dois seguranças e pela equipe do embaixador. Bolsonaro teve o passaporte apreendido durante a investigação de tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022 em 8 de fevereiro. Quatro dias depois, ele foi ao prédio da representação húngara.
"Bolsonaro, alvo de diversas investigações criminais, não pode ser preso em uma embaixada estrangeira que o acolhe, porque estão legalmente fora do alcance das autoridades nacionais", diz o The New York Times.
Segundo o veículo, a presença do ex-presidente na embaixada sugeriria que ele estava tentando alavancar a amizade com o primeiro-ministro Viktor Orbán, em uma "tentativa de escapar do sistema de justiça brasileiro enquanto enfrenta investigações criminais".
A Polícia Federal investiga o caso.
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