O senador Izalci Lucas anunciou, nesta quarta-feira (20/3), que irá se filiar, na próxima semana, ao Partido Liberal (PL), de olho na sucessão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, em 2026. Com a severa desidratação do PSDB, partido que o abriga desde 1997, o senador espera ganhar musculatura e eleitores na legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro e sonha com uma dobradinha com a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, seja como candidata ao Senado ou, até mesmo, como sua vice. E, em uma amarração política, já conta com o apoio do próprio PSDB-DF, que continuará sob o comando do filho, Sérgio Izalci.
Antes de conversar com a reportagem do Correio, o parlamentar brasiliense gravou um vídeo com Jair Bolsonaro em que convidam apoiadores para o ato de filiação ao PL, na próxima quarta-feira (27/3), em Brasília. O apoio do ex-presidente é o maior trunfo que ele tem para viabilizar a própria candidatura ao comando do GDF, cargo que sonha ocupar há muito tempo. Na última eleição, ele se lançou candidato pelo PSDB, mas obteve apenas 70,5 mil votos, terminando em um modesto 6º lugar.
- No PL, Izalci pode perder autonomia para “preferidas” de Bolsonaro no DF
- Celina, Izalci e distritais: veja quem foi ao ato de Bolsonaro na Paulista
Ele disse que a filiação no PL “é uma opção natural”. Em 2010, já havia trocado o ninho tucano pelo PR (de deu origem ao PL atual) para se eleger deputado federal, retornando ao PSDB na eleição seguinte. Nos últimos anos, Izalci se aproximou do bolsonarismo, foi vice-líder do governo do ex-presidente e, já no governo Lula, votou no líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), para presidente do Senado, que disputou com o eleito, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Com o apoio de Bolsonaro, Izalci espera que a candidatura ao GDF seja viável eleitoralmente. Para isso, tem a missão de construir um arco de alianças que o permita enfrentar tanto a candidatura apoiada por Ibaneis — provavelmente, da atual vice-governadora, Celina Leão — quanto o nome do campo da esquerda, ainda indefinido, que terá o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu tenho esse sonho antigo, sempre briguei para ser candidato ao governo (do DF) desde 2014. Me preparei para isso. O PL tem tempo de televisão, estrutura partidária e, aqui, o eleitor é de direita. Bolsonaro teve aqui quase 70% dos votos com bandeiras que eu sempre defendi no PSDB. Mas lá, havia restrições em relação a algumas posições que eu tomava”, explicou o senador, que esteve no ato organizado por Bolsonaro em São Paulo, em fevereiro.
Michelle
Sobre a possibilidade de ter, em sua chapa, a ex-primeira dama Michelle como candidata à senadora, ele abre um sorriso: “Seria bom, né? Ia ajudar muito. Ela tem, inclusive, força para eleger o segundo candidato (em 2026, serão eleitos dois senadores por unidade da Federação). (A deputada) Bia Kicis (PL) tem pretensões de disputar o Senado”, avaliou Izalci.
Líder da bancada tucana, Izalci não conseguiu segurar a debandada de senadores insatisfeitos com a perda de protagonismo daquele que já foi a maior força política do país, no período da presidência de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002). Nas eleições de 2022, o PSDB perdeu duas das seis cadeiras que tinha na legislatura anterior. Do ano passado para cá, mais duas baixas: Alessandro Vieira (SE) foi para o MDB e Mara Gabrilli (SP) para o PSD. A partir da semana que vem, os tucanos serão representados, na Casa Alta, apenas pelo senador amazonense Plínio Valério.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br