O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão de conceder liberdade provisória para o ex-jogador Daniel Alves sob a condição de que ele pagasse a fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões). Daniel foi condenado em 22 de fevereiro a quatro anos e seis meses de prisão por estupro. A agressão sexual foi cometida em dezembro de 2022, em Barcelona, na Espanha.
“Com o dinheiro que o Daniel Alves tem, o dinheiro que alguém possa emprestar para ele, não pode comprar a ofensa que um homem faz a uma mulher praticando estupro, quando o sexo é uma coisa feita a dois e tem que ser permitida e consentida por dois. Isso é crime”, disse Lula. A declaração foi feita durante a festa de aniversário de 44 anos do Partido dos Trabalhadores (PT).
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Na quarta-feira (20/3), os magistrados do Tribunal de Barcelona concordaram que o jogador pode sair da prisão se pagar a fiança. Daniel também deverá ficar sem os passaportes, espanhol e brasileiro. Além disso, o brasileiro não pode sair da Espanha e deve comparecer semanalmente ao tribunal.
Se sair da prisão, Daniel também estará proibido de se aproximar da vítima e não deve ficar a menos de um quilômetro de distância da casa dela, do trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela. A comunicação por qualquer meio também está proibida.
“Aprendi lá em Pernambuco quando eu era pequeno que as pessoas diziam ‘aqui no Nordeste quem tem 20 contos de réis não é preso’. A gente está vendo que essa máxima continua”, declarou Lula sobre o caso do ex-jogador brasileiro.
A advogada Ester García, que representa a vítima do estupro pelo qual Daniel Alves foi condenado, anunciou que vai recorrer da decisão da liberdade provisória ao ex-jogador. "Parece que está sendo feita justiça para os ricos. É um escândalo que libertem uma pessoa que sabem que pode conseguir um milhão de euros como se fosse nada", disse Ester García, em entrevista à rádio catalã Rac 1.
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