INVESTIGAÇÃO

Wajngarten diz que indiciamento de Bolsonaro é "absurdo" e "perseguição"

Advogado do ex-presidente se manifestou sobre o relatório da PF nas redes sociais. Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas por suposta inserção de dados falsos em cartões de vacina

Wajngarten adiantou que ex-presidente falará por 30 minutos no ato  -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Wajngarten adiantou que ex-presidente falará por 30 minutos no ato - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Fabio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro (PL), classificou como “lamentável” o indiciamento do ex-presidente por um suposto esquema de inserção de dados falsos de vacinação no sistema do governo. Por meio das redes sociais, nesta terça-feira (19/3), ele afirmou que o caso é “absurdo” e que se trata de “perseguição política”.

“Na minha humilde opinião o indiciamento de hoje, que até o presente momento a defesa técnica sequer teve acesso, é tão absurdo quanto o caso da baleia”, disse, em referência à investigação sobre a suposta importunação do ex-presidente a uma baleia.

Segundo Wajngarten, Bolsonaro era dispensado de qualquer apresentação de documento de imunização. “O mundo inteiro conhece a opinião pessoal do presidente Jair Bolsonaro quanto ao tema da vacinação, muito embora ele tenha adquirido mais de 600 milhões de doses. Ademais, enquanto exercia o cargo de presidente, ele estava completamente dispensado de apresentar qualquer tipo de certificado nas suas viagens. Trata-se de perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital politico que só vem crescendo”, disse.

Quando foi revelado o escândalo, em maio de 2023, o vice-porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Pat, afirmou, em coletiva de imprensa, que não iria comentar casos específicos, mas que, na época em que Bolsonaro viajou aos EUA, a vacinação seria, sim, obrigatória.

Esquema fraudulento

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas na investigação que apura um suposto esquema de falsificação de vacinas. O inquérito trouxe mensagens trocadas entre os investigados como evidências da articulação para produção e inserção dos dados falsos em sistemas oficiais.

A investigação apontou que o documento de vacinação de Jair Bolsonaro teria sido adulterado às vésperas do seu autoexílio nos Estados Unidos, no fim do ano passado. Segundo a apuração, o registro falso de imunização do ex-chefe do Planalto e de sua filha, Laura, foi incluído no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS) em 21 de dezembro de 2022 — reta final do mandato bolsonarista.

A fraude teria ocorrido por meio de um esquema montado na Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde os dados foram inseridos e excluídos. O responsável seria o ex-secretário de governo do município, João Carlos de Souza Brecha — um dos seis presos na operação da PF no ano passado.

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postado em 19/03/2024 15:38
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