O presidente da França, Emmanuel Macron, fará um tour pelo Brasil na semana que vem ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A agenda de compromissos incluirá quatro cidades, com duração de três dias, a partir de terça (26/3).
O encontro ocorre em meio à expectativa de conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, travado pelos franceses. Há, porém, poucas chances de progresso. As discussões vão focar na relação bilateral Brasil-França, incluindo a assinatura de acordos de cooperação, e nos desafios da geopolítica global.
- Lula diz que acordo Mercosul-UE não regrediu: "Brasil está pronto para assinar"
- Marinha inicia testes para construção do 1º submarino nuclear brasileiro
- Lula rebate Macron, que disse ser contra tratado entre Mercosul e UE
Macron vai desembarcar na terça em Belém, no Pará, onde será recebido pelo petista. A cidade sediará a COP30 no ano que vem, a conferência das Nações Unidades para debater mudanças climáticas, tema que recebe grande apoio da França. O país europeu ganha destaque ainda nas discussões sobre a Amazônia, já que a Guiana Francesa, seu território, contém parte da floresta tropical e faz fronteira com o Brasil.
No dia seguinte, quarta-feira, Macron vai a Itaguaí, no litoral do Rio de Janeiro, para visitar a sede do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). O projeto teve início em 2008 e é fruto de uma parceria estratégica entre os dois países. O objetivo é entregar quatro submarinos de propulsão convencional e um nuclear.
O presidente da França expressou também seu desejo de ir a São Paulo, mas a agenda ainda não foi confirmada oficialmente. Em seu último dia no país, na quinta, Macron estará em Brasília e será recebido oficialmente por Lula no Palácio do Planalto. Ele também deve se encontrar com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em junho do ano passado, Lula esteve em Paris, onde foi recebido por Macron e discursou em um festival de música organizado pela banda Coldplay.
Mercosul e União Europeia
O presidente Lula tenta concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas o pacto está travado pela resistência francesa. Macron cobra exigências ambientais mais duras e medidas para proteger a agricultura de seu país contra os produtos brasileiros e dos demais países da América Latina.
No início do mês, o chefe do Executivo discutiu o tema com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sanchéz, do qual recebeu apoio. Lula chegou a dizer, em coletiva de imprensa, que o voto da França não seria necessário para a aprovação do tratado.
"Qual é a minha tranquilidade? Segundo minhas informações, a União Europeia não depende do voto da França. A União Europeia tem uma procuração para fazer o acordo. A França pode não gostar, paciência", respondeu o petista ao ser questionado sobre jornalistas na ocasião.
Por outro lado, o governo francês deve expressar apoio à presidência do Brasil no G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, que tem o combate à desigualdade e às mudanças climáticas como pautas principais. A França defende ainda a necessidade de se reformar a governança global, e apoia o pleito do Brasil por uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br