Em um áudio enviado ao ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, incentivou movimentos dos militares para reforçar a ação de manifestantes em frente aos quartéis militares e o deslocamento até a Praça dos Três Poderes, onde estão as sedes da presidência da República, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Durante oitiva do general Freire Gomes no Supremo Tribunal Federal (STF), policiais federais informaram a ele que um áudio foi interceptado pelos investigadores, de autoria de Mauro Cid, reforçando a importância da publicação da nota "Ás instituições e ao povo brasileiro" para incentivar "a manutenção e intensificação" da presença de manifestantes em frente a quartéis militares "e o deslocamento para o Congresso, STF e Praça dos Três Poderes".
De acordo com os investigadores, o áudio foi enviado no dia 11 de novembro de 2022, portanto, dois meses antes dos atentados de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas. Ao ser confrontado com a informação, Freire Gomes afirmou que a nota, publicada no mesmo dia e assinada pelos comandantes das Forças Armadas, tinha como intenção repassar a mensagem de que os atos não deveriam ocorrer em frente a quartéis militares, "mas sim no âmbito do Poder Legislativo".
Freire Gomes confessou, durante a oitiva, ter recebido de Mauro Cid um áudio informando que as manifestações em Brasília seriam financiadas por empresários do agronegócio. O áudio foi enviado por Cid a Freire Gomes por meio do aplicativo UNA. O ex-comandante do Exército alegou que Cid enviou a informação de maneira proativa, sem que ele tivesse solicitado.
O ex-comandante afirmou ainda que não determinou a retirada de manifestantes de frente do Quartel-General do Exército em razão de não existir nenhuma ordem judicial determinando que isso fosse realizado.
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