O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (13/3) que o Brasil quer deixar de ser importador de fertilizantes e passar a produzir o insumo, que é essencial para o agronegócio brasileiro. Ele afirmou ainda que o Brasil será o “celeiro do mundo” e que, apesar dos investimentos na reindustrialização, não se pode desvalorizar as commodities.
“Se o Brasil, [ministro Carlos] Fávaro, é um país agrícola, de um potencial extraordinário, quase que imbatível hoje pelo alto grau de investimento em ciência e tecnologia, em genética, por que que a gente não é pelo menos autossuficiente na produção dos fertilizantes que nós precisamos?”, questionou o petista. Ele discursou durante evento de inauguração do complexo de mineração e produção de fertilizantes da EuroChem em Serra do Salitre, Minas Gerais.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também estava presente. A planta vem de um investimento de US$ 1 bilhão no país, e deve produzir um milhão de toneladas de fertilizantes por ano, representando 15% da produção nacional.
Segundo Lula, a guerra entre Rússia e Ucrânia fez o país perceber que precisa ser menos dependente dos fertilizantes estrangeiros. A Rússia é o maior exportador para o Brasil, que importa 80% dos fertilizantes utilizados pelo agronegócio. Com a guerra, iniciada em 2022, o fornecimento do insumo chegou a ficar ameaçado. O presidente também citou que o Brasil fechou fábricas de fertilizantes no passado, como a de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
“Não existe arma de guerra mais importante na face da Terra do que o alimento. Porque o alimento é a sobrevivência de todas as criaturas vivas”, enfatizou Lula. Ele argumentou ainda que o país caminha para ser o “celeiro do mundo” não apenas na produção de alimentos, mas também de energia renovável. “É verdade também que a gente não pode desvalorizar as commodities, porque a gente sabe o quanto de tecnologia tem em um grão de milho, em um grão de soja”, afirmou.
Lula aproveitou para destacar a economia brasileira, dizendo que a vinda da EuroChem para o Brasil é sinal de confiança no país. “Se vocês tiverem disposição de investir, se vocês quiserem investir em um país que vai crescer, que vai ser de fato o celeiro do mundo, vocês podem investir em fábricas de fertilizantes, porque nós queremos deixar de ser importadores”, enfatizou.
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