“A tecnologia vem avançando, então, fica cada vez mais difícil conseguir identificar se determinada informação, fotografia, vídeo foi ou não manipulada”, avalia o Coordenador Geral-Adjunto da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Bruno Andrade, frente o uso de tecnologias, inteligências artificiais e desinformações. A preocupação é especial com as próximas eleições municipais brasileiras neste ano.
O entrevistado do CB.Poder desta terça-feira (12/3) — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — conta que é necessário o processo de celeridade e ajuda ao eleitor a tomar posição frente ao grande volume de informações difundidas pelos candidatos na internet. "A justiça eleitoral veio, recentemente, fazer uma normatização sobre isso para que obrigue o candidato a trazer a informação de que aquele conteúdo foi manipulado por inteligência artificial ou qualquer outra tecnologia.", defendeu Andrade.
Na visão do Coordenador, o objetivo da ação é trazer transparência, para que o eleitor, ao ver determinado conteúdo, possa fazer um discernimento e avaliar se aquela informação vale ou não ser confiada. “Esse tipo de regulamentação da justiça eleitoral não é criminalizando a tecnologia. A tecnologia pode ser utilizada, tem fins lícitos para ela, só que nós tentamos punir a manipulação do eleitor”, acrescenta.
Assista a entrevista na íntegra:
Sobre a Central de Combate à desinformação e fake news, projeto do Tribunal Superior Eleitoral, a Academia “vê com bons olhos a continuidade desse programa, do combate à desinformação cada vez mais estruturado e com mais condições de dar respostas rápidas ao eleitor e a sociedade, e punir os maus candidatos para que os bons candidatos consigam fazer essas campanhas eleitorais em condições”.
Andrade acredita que atualmente a sociedade vive um processo de ‘infodemia’, uma pandemia de informação. “Cada vez mais as pessoas recebem informações e não conseguem avaliar se a informação procede ou não, se tem qualidade ou não”, avalia. “As grandes empresas de telecomunicação, de imprensa, brigam com os influenciadores digitais, que às vezes dão opinião e dizem que aquilo é informação”, pontua o Coordenador.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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