O deputado federal Luciano Bivar, atual presidente do União Brasil, confirmou briga por telefone com Antônio Rueda, presidente eleito da sigla, mas alega que a acusação de relação com o incêndio é uma "represália" a três denúncias que o partido apresentará contra o político. As informações foram ditas durante coletiva de imprensa, nesta terça-feira (12/3), na sede do partido, em Brasília.
"Repudio qualquer ilação que tenha com relação a esses últimos acontecimentos. Isso é fruto de uma represália em função de denúncias que estamos apresentando hoje ao Conselho de Ética do partido", iniciou Bivar.
Na sequência, o advogado do partido, Raphael Souto, afirmou que denúncias chegaram ao então presidente do partido, Luciano Bivar. A primeira foi do prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinhos (União-RJ), alegando que Rueda teria utilizado o nome do partido para "negociatas diversas no RJ". E outras duas alegando uso irregular do fundo partidário, feitas pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) e o suplente de deputado federal, Junior Orosco (União-SP)
As acusações foram encaminhadas a secretaria-geral do partido, que irá escolher se irá tornar público os documentos. Não foi informado qual seria o valor dos supostos desvios. Perguntado o motivo de trazer à tona tais denúncias após o incêndio nas casas de Rueda, o advogado afirmou que precisava esperar a recomposição do Conselho de Ética Parlamentar, que se deu em 5 de março.
Troca de farpas
O advogado de Antonio Rueda, Paulo Catta Preta, afirma que Bivar estava ameaçando o cliente dele há dez dias. Bivar diz que não proferiu nenhuma ameaça de morte.
"Trocamos algumas palavras ásperas, mas, como eu não tenho costume de gravar nada, o que ele falou eu não gravei e o que eu falei ele gravou no calor da emoção. Não existe nenhuma ameaça velada. Mesmo porque homem não ameaça, homem faz", afirmou Bivar, dizendo que também recebeu ameaças à sua família. Em resposta, ele teria dito à Rueda: "vou acabar com a sua raça política".
"Acredito que ele picoteou alguma gravação e eu vou ver se remonto no celular para recuperar a ligação", afirmou Bivar. "Não tem que defender porque não existe nada, não existe prova, não existe complicação nenhuma", acrescentou.
Para Bivar, o incêndio é um "factóide", já que não ele diz não ter ficado sabendo de nenhum ocorrido do tipo no condomínio Marina do Rio Aquiraz, na Praia de Toquinho, município de Ipojuca, em Pernambuco. Bivar também tem uma casa no local e diz que nenhum vizinho e nem mesmo o grupo do Whatsapp comentou sobre qualquer incêndio no local.
"O que tenho conhecimento é que eram duas casas antigas, que estavam com estruturas físicas comprometidas e eu acho que caberia investigar se tinha seguro para esses danos e se houve incêndio porque eu não vi até então", disse.
Sobre a investigação que Rueda pretende abrir contra ele na Polícia Civil e no Supremo Tribunal Federal (STF), Bivar disse que assim que for notificado, entrará com um processo por danos morais.
Por fim, ele não considera que "a coisa foi política", mas deixa mensagem: "Para toda a classe política ele é um traidor. A classe política é muito silenciosa mas não perdoa traidor".
Acusação de roubo
Bivar afirmou também que a esposa de Rueda foi a um apartamento dele , nos Estados Unidos, em 2022 e roubou uma reserva financeira que estava no cofre.
"Na época da eleição ele usava toda a minha infraestrutura. Em uma das vezes que ele pediu meu apartamento emprestado nos EUA, ele me pediu o segredo do cofre para a esposa dele guardar as joias dela e eu cedi. Quando voltei lá não tinha joias, nem a reserva de dinheiro dos anos que tive empresa nos EUA", alegou.
Bivar não quis informar o valor supostamente furtado, mas disse que era em dólar e libra esterlina.
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