Deixando as diferenças de lado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se reuniu, ontem, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a dívida do estado com a União. Ele saiu do encontro com uma promessa de que lhe será apresentada uma proposta "de requalificação do regime de recuperação fiscal" até o final do mês. A reunião teve a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo Zema, é fundamental mudar o índice de correção do estoque da dívida mineira, pois entende que, no parcelamento atual, o estado não consegue ter sobra de caixa para investir em itens prioritários para a população. "Deixei claro ao ministro, e também ao presidente, que nesse regime que os estados aderem, conseguem pagar no início e, depois, não conseguem mais. Por isso, precisamos mudar a indexação da dívida. É um problema que Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul enfrentam há 30 anos. O presidente e o ministro foram compreensíveis e voltaremos no final de março para tratar da solução", afirmou.
Sobre as propostas de federalização de empresas públicas do estado, Zema disse que essa decisão é do governo federal. Mas adiantou que seu governo não se opõe a uma saída que federalize estatais em troca do abatimento da dívida estadual.
"Sou favorável a toda ação para resolver a dívida do estado. Só precisamos verificar qual o valor de cada empresa", disse Zema.
Questionado sobre as divergências políticas com Lula, Zema explicou que ficaram de lado. "Tanto o presidente quanto eu somos democratas. Divergência de opinião, temos até com o cônjuge. Estamos aqui em prol do Brasil, em prol de Minas Gerais", frisou.
Apesar da necessidade de renegociar a dívida mineira, Zema vinha evitando encontrar-se com Lula. Além disso, sempre que pode, ataca o presidente. Mas, ontem, amenizou o discurso. "Fico muito agradecido ao presidente Lula, ao ministro Rui (Costa, Casa Civil) e ao ministro Haddad por nos ter recebido hoje aqui", garantiu.
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