Autor da PEC da Blindagem, o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) diz não se tratar de uma proposta "revanchista" e garante ter apoio até da oposição para a emenda constitucional, que condiciona abertura de processo ou ação de busca e apreensão contra deputados e senadores à autorização prévia das direções das duas casas.
Em entrevista ao Correio, Valadares, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de seu partido compor a base do governo e ocupar três ministérios na Esplanada, negou que á proposta seja "bolsonarista" e de "direita" e garante ter apoio até da oposição. Até agora, apenas 99 deputados assinaram o apoio ao texto. São necessários 171 para a PEC iniciar sua tramitação.
"Infelizmente, estamos vendo que membros do parlamento estão sendo perseguidos e isso não é saudável para o país, para uma democracia. Não se trata de uma PEC revanchista, não é de vingança. Não quero confrontar o Judiciário, que tem meu respeito. Mas existe, de maneira nítida, um desequilíbrio entre os Poderes, e o Legislativo precisa ser protagonista para que os Poderes sejam reequilibrados", disse o parlamentar, que discorda da posição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que se posicionou contra a emenda e não acha que abertura de processo judicial contra parlamentar deva depender de autorização do Congresso.
"Respeito a posição do presidente do Senado, do cargo que ocupa na República, mas, na nossa avaliação, não há interferência (no Judiciário). A Câmara e o Senado têm correção e hombridade para decidir se o caso merece ser investigado ou não, ou se trata de mera perseguição política", afirmou Valadares.
O deputado garante ter apoio "praticamente unânime" na Câmara e que está fazendo trabalho de "formiguinha" na coleta de assinaturas, no aguardo das decisões das bancadas partidárias.
Ainda que diga não ser uma proposta revanchista, Valadares anunciou e apresentou o texto da PEC estimulado pela ação da Polícia Federal contra o gabinete e a residência do deputado e aliado Carlos Jordy (PL-RJ), em 18 de janeiro, medida autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito dos atos antidemocráticos. O caso de Jordy é citado na justificativa de sua emenda.
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