O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), em entrevista ao Estadão, em Porto Alegre (RS), enfatizou que "teme a parcialidade" do judiciário brasileiro diante da apuração da Polícia Federal em relação a tentativa de golpe de Estado supostamente orquestrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. O inquérito está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“Eu sempre falo que quem não deve, não teme. Eu só temo que possa haver alguma parcialidade. Aí é que está a questão. A Justiça no Brasil, no meu entender, tem demonstrado que, muitas vezes, tem julgado de acordo com interesses políticos e não de acordo com a lei. E isso me parece que ficou bastante acentuado nesses últimos 14 meses”, afirmou Zema.
Os 14 meses destacados pelo governador coincide com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os atos golpistas do 8 de Janeiro.
Na entrevista, Zema criticou o governo de Lula que, para ele, gasta mais do que arrecada, e defendeu a gestão de Bolsonaro, citando o acordo para a expansão do metrô de Belo Horizonte, queda na criminalidade e medidas que proporcionam, na visão do governador, o atual crescimento econômico do Brasil e ainda lembrou que Bolsonaro "teve dificuldades" por causa da pandemia.
Sobre a sua participação no ato da Avenida Paulista, convocado por Bolsonaro para que pudesse se defender, Zema declarou que "tinha diversos outros compromissos em São Paulo e julguei que seria altamente positivo estar junto com o presidente que levou grandes melhorias para Minas Gerais”.
Romeu Zema também criticou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Em Belo Horizonte, na última na quinta-feira (29/02), o ministro elogiou a atuação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na renegociação da dívida de Minas Gerais, mas criticou Zema sem citá-lo nominalmente. “Tem muita gente que fala, mas não resolve, não apresenta soluções”, declarou Padilha. Pacheco tem se aproximado de Lula e é cotado para se candidatar a governador em 2026 com o apoio do presidente e do PT.
O governador relembrou a gestão de Fernando Pimentel (PT), seu antecessor, para rebater o ministro. O governo do petista foi marcado por atrasos salariais e nos repasses constitucionais da arrecadação com impostos para os municípios. "Eu acho que ele (Padilha) não deve ir a Minas já há 10 anos ou mais”, alfinetou Zema.
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