O senador Alessandro Vieira (MDB-ES) irá substituir Renan Calheiros (MDB-AL) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que apura os impactos da exploração de sal-gema em Maceió (AL) pela Braskem.
O nome foi confirmado pelo líder da bancada emedebista Eduardo Braga (AM), e o ofício que determina a substituição já está em tramitação. Renan deixou o colegiado, após perder a relatoria para Rogério Carvalho (PT-SE).
A exploração da petroquímica afetou cinco bairros e, no ano passado, a mina 18, localizada abaixo da Lagoa Mundaú, colapsou. Renan Calheiros é autor do requerimento e almejava ser o relator da CPI.
Próximo do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), o senador disputa politicamente com o grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu aliado, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC.
“Óbvia tentativa de domesticação”, diz Renan
O governo teria trabalhado para evitar que Calheiros assumisse a relatoria, exigindo um nome que não fosse de Alagoas e colocando o líder Jaques Wagner (PT-BA) para negociar a questão. A preocupação é de que a CPI poderia causar desgastes desnecessários, tendo em vista que a estatal Petrobras e a Novonor, ex-Odebrechr, são acionistas da Braskem.
Contrariado, Renan deixou o colegiado, acusando de existir uma “óbvia tentativa de domesticação que, aliás, impediu a minha designação como relator”.
“Criamos a CPI para investigar. A minha designação como relator indicava no sentido do aprofundamento dessa investigação. Lamentavelmente, impediram a minha designação como relator. O que significa dizer que estão tentando fazer que a CPI trilhe caminhos diferentes”, reclamou ele.
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