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Lula: 'Não é possível que o mundo gaste US$ 2,2 trilhões por ano com armas'

Presidente volta a criticar ação das forças de defesa de Israel na luta contra o Hamas, que tem afetado a população civil. Declaração foi no encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe

Ao participar, ontem, do encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), em Georgetown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a classificar como genocídio o resultado das ações das forças de defesa de Israel na Faixa de Gaza, na guerra contra o grupo terrorista Hamas, cuja principal vítima tem sido a população civil. Para ele, trata-se de algo que põe à prova "o senso de humanidade".

"Um genocídio na Faixa de Gaza afeta toda a humanidade, porque questiona o nosso próprio senso de humanidade e confirma, uma vez mais, a opção preferencial pelos gastos militares em vez do investimento no combate à fome na Palestina, na África, na América do Sul ou no Caribe", criticou.

Lula salientou que não faz sentido que as potências do planeta invistam trilhões de dólares, anualmente, em armas, e não no combate à fome e à pobreza. "Não é possível que o mundo gaste US$ 2,2 trilhões por ano com armas. Todos sabemos que guerras provocam destruição, sofrimento e morte, sobretudo de civis inocentes. Uma guerra na Ucrânia afeta todo o planeta, porque encarece o preço dos alimentos e dos fertilizantes", lembrou.

Conexão

Lula participou do evento como convidado, pois o Brasil não faz parte da Caricom. E aproveitou para anunciar um projeto do governo para a construção de cinco rotas rodoviárias, ligando 11 países fronteiriços — o Escudo das Guianas, que inclui Guiana, Suriname e Venezuela. A proposta foi apresentada no final de 2023 pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que acompanhou Lula à Caricom.

"Queremos, literalmente, pavimentar nosso caminho até o Caribe. Abriremos corredores capazes de suprir as demandas de abastecimento e fortalecer a segurança alimentar da região", explicou o presidente, que lamentou o fato de Barbados ter 27 voos semanais para o Reino Unido e para os Estados Unidos, e nenhum para o Brasil.

O presidente se reúne, hoje, com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e um dos temas é a crise de Essequibo, região reivindicada pela Venezuela.

 

 

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