O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu nesta quinta-feira (22/2) à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Ele se manteve em silêncio durante os cerca de 20 minutos em que permaneceu no local, disse Fabio Wajngarten, advogado do ex-chefe do Executivo.
Em entrevista coletiva na saída da PF, outro advogado da equipe de Bolsonaro, Paulo Bueno, alegou que o ex-presidente "nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista".
"Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos", apontou.
Bueno acrescentou que a falta de acesso à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e a conteúdos de mídias obtidas em celulares apreendidos em operações deflagradas pela corporação "impedem que a defesa tenha um mínimo de conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado ao depoimento".
Por fim, caracterizou a investigação da PF como "semissecreta".
"A falta de acesso a esses documentos, especialmente as declarações do tenente coronel Mauro Cid e as mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores, impedem que a defesa tenha o mínimo conhecimento de quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento. Não houve de forma alguma da parte da defesa qualquer constrangimento na vinda do presidente a esse depoimento, como aliás ele sempre fez e continuará fazendo. Sendo do maior interesse dele o esclarecimento dessa verdade. Que fique claro o único motivo pelo qual fez uso do silêncio foi dado ao fato de ele responder hoje a uma investigação semissecreta", emendou.
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