O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal está marcado para esta quinta-feira (22/2), em Brasília. Além dele, também são esperados depoimentos de militares, ex-ministros e ex-assessores do ex-chefe do Executivo. A PF investiga a tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro sinalizou, na terça-feira (20/2), que deve ficar em silêncio na oitiva. Os depoimentos estão marcados para ocorrer a partir de 14h30.
Todos os investigados vão depor ao mesmo tempo à PF como estratégia para evitar a combinação de versão entre eles. Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro para apurar a disseminação de mentiras sobre o sistema eletrônico de votação e a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado.
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Na operação, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluíram a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Entre os alvos estavam Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Defesa Anderson Torres, além de outros militares e aliados políticos de Bolsonaro.
Veja quem foi chamado para depor:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente);
- Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército);
- Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência);
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro);
- Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha);
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército);
- Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro);
- Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército);
- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;
- Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército).
As investigações apontam que Bolsonaro recebeu e fez edições na minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Em um primeiro momento, o documento previa a prisão de Moraes e do também ministro do STF Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O então chefe do Executivo recebeu a minuta de Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência, e do advogado Amauri Saad, apontado como o responsável por escrever o texto.
Investigadores da Polícia Federal avaliam que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, deve fornecer elementos importantes para o curso das diligências sobre a tentativa de golpe de Estado que culminou nos atentados de 8 de janeiro do ano passado, em Brasília. Torres tem dito a pessoas próximas que vai colaborar com as autoridades e responder a todas as perguntas que forem feitas a ele.
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