Senado

Aziz rebate Pacheco por crítica a Lula: 'Me tipifique o que e matar 30 mil inocentes'

Filho de palestinos, o senador do PSD pediu uma resposta sobre o grande número de crianças e mulheres assassinados na Faixa de Gaza desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas

Durante sessão plenária no Senado Federal, nesta terça-feira (20/2), o senador Omar Aziz (PSD-AM) respondeu à crítica feita pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao presidente Lula (PT). Mais cedo, Pacheco disse que Lula deveria se retratar por ter comparado o conflito na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Aziz, que é filho de um palestino, questionou os parlamentares sobre a morte de mais de 30 mil pessoas na Faixa de Gaza. 

“Vossa excelência [Rodrigo Pacheco] poderia me tipificar o que está acontecendo lá [na Faixa de Gaza], com a morte de 10 mil crianças e mulheres, e até agora, quantos terroristas do Hamas foram mortos ou presos pelo Estado de Israel?”, questionou Aziz. "Me tipifique o que é matar 30 mil inocentes (em Gaza) e quantos terroristas foram mortos com esses ataques? Tiraram 1 milhão de palestinos (de Gaza), dizendo 'vocês saiam daqui, vão pro gueto'. Me tipifique o que é isso", disse. 

O senador destacou que Lula não criticou o povo judeu, mas sim os ataques promovidos pelo governo de Benjamin Netanyahu. "Não confunda o povo judeu com esse governo de direita, sionista, de Israel. Ao povo judeu, todo o nosso respeito e toda a nossa solidariedade com o que aconteceu", afirmou Aziz. 

O representante do PSD questionou a falta de discussões no Congresso em situações diplomáticas anteriores, fazendo referência ao encontro do ex-presidente Jair Bolsonaro com a deputada Beatriz von Storch, da ultradireita alemã, em 2021. "Não tem que se comparar, realmente, com o Holocausto, é impossível. O presidente Lula nunca abraçou deputada nazista neta de ministro. E a direita quietinha". Confira o vídeo:

Críticas de Pacheco

Mais cedo nesta terça-feira (20/2), Rodrigo Pacheco exigiu do Brasil uma retratação a Israel, já que o Brasil é "mundialmente conhecido por sua diplomacia moderada".

“Ainda que a reação perpetuada pelo governo de Israel venha a ser considerada indiscriminada e desproporcional, não há como estabelecer um comparativo com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo”, disse Pacheco. “Entendemos que uma retratação dessa fala seria adequada. É fundamental que haja uma retratação e um esclarecimento, com um pedido de desculpas, pois o foco das lideranças mundiais deve estar na resolução do conflito entre Israel e Palestina”, destacou.

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