O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou, na noite desta segunda-feira (12/2), do desfile da Portela na Sapucaí, pelo grupo especial de escolas de samba do Rio de Janeiro. O enredo deste ano é inspirado na obra Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, que conta a história de uma africana que atravessa o oceano em busca do filho. O romance é baseado na vida do abolicionista Luiz Gama e de sua mãe.
É justamente uma das personificações do pensador brasileiro que Silvio Almeida vive na Sapucaí. "Hoje, terei a honra de estar no desfile da Portela, que trará para o desfile a monumental obra de Ana Maria Gonçalves, “Um Defeito de Cor”. No desfile, serei uma das representações de Luiz Gama, minha referência maior", escreveu o ministro horas antes de entrar na avenida.
Em um relato emocionado, Silvio Almeida lembrou ainda do desfile da Vai-Vai, em São Paulo, de que também participou, e a importância da escola em sua formação. "Meu avô paterno - o “Lorito”- foi um dos fundadores da Vai-Vai e um de seus primeiros diretores. É a Escola de Samba que faz parte da história da minha família e que é uma das mais vigorosas manifestações da cultura negra da cidade de São Paulo. Este ano, Vai-Vai homenageou a cultura Hip Hop, cuja importância para a minha formação eu já mencionei outras vezes", escreveu.
"Sem as escolas de samba e tudo o que o Brasil me deu, eu não seria quem sou: o cidadão, o advogado, o professor, o Ministro do Presidente Lula. Parafraseando o grande @simas_luiz , o Carnaval me “inventou” e o Brasil, e o que ele tem de bom, de resistente, de criativo me permitiu chegar aqui e servir ao meu país. Vovô, estarei hoje na Sapucaí com o senhor no meu coração!", finalizou o ministro.
Silvio Almeida foi o primeiro presidente do Instituto Luiz Gama, fundado em 2008 e que obteve o reconhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do título de advogado honorário ao abolicionista.
Clássico da literatura
Um defeito de cor já entrou para o rol dos clássicos da literatura brasileira. Em entrevista à TV Brasil, a autora falou sobre o fato de a obra virar enredo de escola de samba. "O samba é a inscrição do Brasil no mundo. Contar a história através disso vai ser muito emocionante."