O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou nas suas redes sociais um vídeo rezando com apoiadores dois dias após se tornar alvo da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que investiga o planejamento de um golpe de Estado por ele e seus apoiadores após a derrota nas eleições de 2022. Na legenda da postagem, feita em sua casa de veraneiro em Angra dos Reis (RJ), o ex-presidente diz a oração é "pelo Brasil".
A publicação foi feita na tarde de sábado (10/2) Bolsonaro não fala no vídeo, que registra uma apoiadora conduzindo uma oração sobre "momentos difíceis" que o ex-chefe do Executivo estaria passando. Durante a deflagração da operação da PF na quinta (8/2), o ex-presidente teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o país.
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"Nosso presidente está passando por um momento difícil (...) Que os inimigos tenham olhos e não possam vê-los, tenham mãos e não possam tocá-lo, tenham pernas e não possam alcançá-lo", afirma a apoiadora.
Entenda as provas contra Bolsonaro reveladas pela PF
A operação tornou alvos o próprio Bolsonaro e alguns de seus principais aliados, como ex-ministros, ex-assessores e militares de alta patente. As investigações apontam que o ex-presidente teria "redigido e ajustado" uma minuta que previa a decretação de um estado de sítio e motivou a sua cúpula a espalharem desinformações sobre o processo eleitoral.
As suspeitas sobre a autoria de Bolsonaro na minuta surgiram após a PF encontrar conversas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com o general Marco Antônio Freire Gomes, que era o então comandante do Exército, em dezembro de 2022. De acordo com Cid, Bolsonaro "enxugou" o texto. "Fez um decreto muito mais resumido", afirmou o tenente-coronel. "Algo muito mais direto, objetivo e curto, e limitado."
Com Cid também foi encontrada uma gravação de uma reunião ministerial realizada em junho de 2022 no Palácio do Planalto. Nela, o ex-presidente motivou a equipe a questionar o sistema eleitoral, sugeriu um golpe sem armas e atacou o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota publicada após o início da Tempus Veritatis, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".
Na reunião gravada, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, que também foi alvo da operação e um dos aliados mais próximos do ex-presidente, afirmou que era preciso "virar a mesa" antes das eleições de 2022.
"O problema todo disso é se vazar", afirmou Heleno. "Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições.", afirmou Heleno.
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