Em petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (9/2), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que "o ex-presidente não tem o costume de fazer a leitura de textos no próprio telefone celular, certamente em razão das dimensões limitadas da tela e a necessidade hodierna de uso de lentes corretivas, razão porque pediu à sua assessoria a impressão do documento em papel", diz o documento enviado pela defesa e obtido pelo Correio.
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"Os arquivos impressos provavelmente permaneceram no escritório do peticionário, que jamais obtemperou com a hipótese de virem a ser objeto de apreensão e havidos como elementos de investigação em seu desfavor, como precipitadamente ocorreu na data de ontem, razão porque não teve qualquer preocupação em descartá-los após a leitura", completou.
"A defesa verificou que, de fato, tratava-se exatamente do mesmo texto do arquivo, tomando, assim, inconteste e que o impresso apreendido era de fato aquele encaminhado de forma legal por seu advogado. O ex-Presidente jamais participou ou mesmo conhecia tais 'minutas golpistas', delas tendo tomado conhecimento da existência só e somente por conta conta da apreensão do telefone do tenente-coronel Mauro Cid, e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado constituído na investigação, que identificou tais elementos".
Mais cedo, a defesa do ex-presidente, já havia alegado que o documento apreendido ontem pela Polícia Federal na operação Tempus Veritatis é o mesmo que o advogado havia impresso para Bolsonaro em outubro do ano passado. A polícia investiga se Bolsonaro participou ativamente na confecção de uma chamada ‘minuta do golpe’ - documento que detalharia o plano de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Nesta sexta, Moraes tirou o sigilo da reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse aos seus então ministros que era preciso tomar uma atitude antes do 1º turno das eleições, conforme vídeos apreendidos pela Polícia Federal (PF). Ele ainda pediu "reação" contra uma alegada fraude no sistema eleitoral. "Se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições?", disse o então presidente na ocasião.
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