A investigação da Polícia Federal que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados teve como alvo preferencial o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O plano de golpe previa a prisão do magistrado antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Os suspeitos teriam, inclusive, monitorado a agenda de Moraes para tentar prendê-lo e decretar um golpe de Estado no país.
Segundo a PF, um núcleo de inteligência paralela composta pelo general Augusto Heleno, Mauro Cid e Marcelo Câmara — integrantes do governo Bolsonaro — teriam monitorado o itinerário, deslocamento e localização de Alexandre de Moraes. O objetivo era a captura e detenção do ministro após a assinatura de um decreto de golpe no país.
Codinome "professora"
A investigação aponta que Cid e Câmara usavam o codinome "professora" para identificar Alexandre de Moraes. Os deslocamentos feitos entre Brasília e São Paulo pelo presidente do TSE no período coincidem com as informações relatadas pelos ex-assessores de Bolsonaro e também com as reuniões realizadas no Palácio da Alvorada sobre a confecção de uma minuta do golpe.
“A autoridade policial aponta que Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid integraram o núcleo de inteligência paralela, responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na consumação do golpe de Estado”, diz o trecho da decisão do STF que autorizou a operação da PF.
“Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguissem à assinatura do decreto de golpe de Estado", afirma o documento.
De acordo com a PF, haveria um núcleo de inteligência, formado por assessores próximos ao ex-presidente, “que teria monitorado a agenda, o deslocamento aéreo e a localização” do ministro do STF Alexandre de Moraes, “com o escopo de garantir a captura e a detenção do então chefe do Poder Judiciário Eleitoral nas primeiras horas do início daquele plano”.
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